PRIMEIRO CASO DE COVID-19 EM INDÍGENA É DETECTADO
Foto: Alberto César Araújo/Amazônia Real
Uma jovem de 20 anos da etnia Kokama é a primeira indígena de coronavírus do Brasil. O caso foi confirmado nesta quarta-feira (1º. de abril), pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde.
A jovem testou positivo para Covid-19 em análise feita pelo Laboratório Central de Saúde (Lacen) da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas.
A paciente, que diz que está com tosse seca (um dos sintomas) e está em isolamento, é Agente Indígena de Saúde (AIS). Ela pertence a aldeia São José, que fica no município de Santo Antônio do Içá (a 878 quilômetros de Manaus). A jovem é uma das 27 pessoas que estavam sendo monitoradas, pois tiveram contato com o médico Matheus Feitosa, que foi diagnosticado com a doença.
Do grupo de pessoas monitoradas, 12 são indígenas Tikuna da aldeia Lago Grande. Eles foram atendidos pelo médico no dia 19 de março. Segundo a Sesai, os testes deles deram negativo para o novo coronavírus. Mesmo assim, os indígenas continuam no isolamento e sendo assistidos pela Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena do Dsei Alto Solimões.
À agência Amazônia Real, o coordenador do Distrito Especial de Saúde Indígena (Dsei) Alto Solimões, Weydson Pereira, disse que sete parentes da jovem Kokama também estão em isolamento. Eles já passaram por exames médico e o distrito aguarda os resultados dos testes pelo laboratório Lacen, que fica em Manaus.
No início da noite desta terça-feira (31), a jovem Kokama enviou uma mensagem de texto em suas redes sociais, informando o resultado do exame para Covid-19. Ela, que se identificou, mas a reportagem preservará seu nome, deu o seguinte depoimento:
“A partir das 6 horas da noite de hoje, 31 de março, recebi o resultado do meu exame. Como inesperado, deu positivo para Covid-19. No dia 18 estive em contato com um colega que estava com a Covid; 3 dias depois apresentei uma tosse seca e perdi o olfato e o paladar. Desde então, me afastei no dia 25 de março do meu trabalho por ter contato com um positivo. Desde la estou em casa. Gostaria de pedir desculpas as pessoas k (sic) tive contato. Agora estou bem, com 14 dias me recuperando. Agradeço as pessoas que estão preocupadas comigo”, diz trecho da mensagem.
O povo Kokama habita a região do Alto Solimões e tem sua população estimada em 14 mil pessoas, segundo dados da Sesai. A etnia tem seu território tradicional na região de fronteira, e também habita o território da Colômbia e Peru.
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