FLUMINENSE EVITA DESASTRE AO EMPATAR COM BARCELONA, MAS SE COMPLICA NA LIBERTADORES

Foto: SERGIO MORAES / STF

Poderia ter sido um desastre. Não foi, mas também não é o melhor dos cenários. O Fluminense teve o jogo na mão, o placar favorável e a chance de abrir vantagem na partida de ida das quartas de final da Libertadores. Porém, a virada e um pênalti salvador no fim mantiveram a eliminatória aberta. O empate em 2 a 2 diante do Barcelona de Guayaquil ontem, no Maracanã, foi uma verdadeira montanha-russa de emoções para o torcedores tricolor, que se divide em dois sentimentos: ao mesmo tempo que respira aliviado, vê a vaga à semifinal ficar bastante complicada.

Isso porque, com o resultado, o Fluminense terá uma missão ingrata na próxima semana: vencer o Barcelona em Guayaquil, no Equador, ou repetir o 2 a 2 para levar a decisão para os pênaltis. O jogo de volta está marcado para o próximo dia 19 e a vantagem pelo gol marcado fora de casa está ao lado dos equatorianos. Mas poderia ser pior, muito pior.

Antes que o torcedor mais efusivo reclame, Roger Machado tem, sim, a sua parcela de culpa. Neste caso, pelas substituições que pouco mudaram — ou nada mudaram — a estrutura tática da equipe e a insistência em peças que claramente pouco renderam durante os 90 minutos. É natural também que o torcedor aponte o dedo para o lado mais fraco da corda das cobranças — principalmente devido ao desempenho tricolor estar deixando a desejar nos últimos jogos — mas a partida diante do Barcelona precisa de um olhar menos raivoso.

A atuação do Fluminense não foi ruim apesar do tropeço, mas não dá para ter tamanhas reviravoltas em uma partida tão decisiva de Libertadores. Faltou experiência, faltou ter a cabeça no lugar e não cometer tantas falhas individuais. Uma demonstração clara de como funcionou a equipe tricolor foi o tento anotado por Gabriel Teixeira, que abriu o placar. Uma bola cruzada na área, que contou com o choque do goleiro Burrai e do zagueiro León, e fez a bola cair limpa nos pés do atacante tricolor.

O primeiro tempo foi muito equilibrado e com poucas oportunidades para os dois lados. Mais eficiente, o Fluminense aproveitou a falha na defesa do Barcelona para abrir o placar. Minutos depois, porém, já poderia ter se complicado. Teve sorte ao ver Damián Díaz cobrando falta na área, Piñatares ficando com a bola de frente para Marcos Felipe e tocando para Mastriani mandar para a rede. Mas a arbitragem anulou o gol da equipe equatoriana e marcou o impedimento, que foi confirmado pelo VAR.

Até este momento da partida, o Fluminense foi dominante e poderia ter ampliado o marcador. Não é culpa de Roger Machado que o mesmo Biel tenha furado o passe para Fred após driblar o goleiro e optar por não chutar quando teve o gol aberto no início do segundo tempo. Mas é de sua responsabilidade a péssima atuação de Kayky, que nada tem produzido nos últimos jogos para ganhar minutos em campo. Mais uma vez, pouco contribuiu.

Mas até então, isso passaria batido se toda a proposta construída pelo Fluminense não desmoronasse como um apagão. Seja por cansaço, por achar que a partida poderia ser resolvida a qualquer momento ou simplesmente por desatenção. Uma bola despretensiosa cruzada na área e a cabeceada por Preciado contou com a falha do goleiro Marcos Felipe para que o empate fosse anotado. Algo inaceitável.

Ali, o Fluminense desestabilizou e viu o Barcelona dominar as ações. Outro que falhou foi o zagueiro, minutos depois, cometendo pênalti bobo em Garcéz — o atleta tricolor subiu com o cotovelo próximo da nuca do adversário. |A penalidade foi cobrada por Cortez, que definiu a virada dos equatorianos.

Quando o desastre estava feito, um sopro de esperança veio no pênalti sofrido por Abel Hernández. Fred, com categoria, cobrou e empatou. Ao fim, o 2 a 2 é um alívio. Mas terá que vencer no Equador para classificar.

*Extra

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