ATOR LUIS GUSTAVO MORRE AOS 87 ANOS
Foto: Reprodução/ Globo |
O ator Luis Gustavo morreu hoje, aos 87 anos, em decorrência de complicações de um câncer no intestino. A informação foi confirmada em comunicado da TV Globo e por familiares.
O intérprete dos eternos Mario Fofoca, de "Elas por Elas" (1982), Vavá, de "Sai de Baixo" (1996 a 2002), e Beto Rockfeller (1968), era casado com Cris Botelho. O ator tinha dois filhos: Luis Gustavo, de seu relacionamento com Heloísa Vidal; e Jéssica, fruto do casamento com a atriz Desireé Vignolli. Ele deixa também a neta, Marina, e os sobrinhos, os também atores Tato Gabus Mendes e Cássio Gabus Mendes.
Nas redes sociais, Cássio lamentou a morte de Tatá, apelido que acompanhou Luis Gustavo por toda a vida. "Luis Gustavo! Informo que meu querido Tatá, faleceu hoje, vítima de câncer! Descanse na luz e na paz!!! Obrigado por tudo, meu amado tio". Em solidariedade, muitos artistas prestaram homenagens ao ator, também nas redes sociais.
Trajetória
De pais espanhóis e nascido em 2 de fevereiro de 1934, em Gotemburgo, na Suécia, Luis Gustavo chegou ao Brasil ainda criança e adotou São Paulo como cidade do coração. O ator passou os últimos anos morando em Itatiba (SP).
Começou a carreira trabalhando durante cinco anos atrás das câmeras, sendo contrarregra, auxiliar de iluminação e cinegrafista. Em seguida, tornou-se assistente de direção de vários programas, entre eles, o teleteatro TV de Vanguarda. Foi lá que, por acaso, fez a sua estreia como ator, na peça "Mas Não se Matam Cavalos", de Horace McCoy.
Sua primeira novela foi "Se o Mar Contasse", na TV Tupi, em 1964. Também na emissora, atuou em "O Sorriso de Helena", "O Direito de Nascer", "O Amor Tem Cara de Mulher' e 'Estrelas no Chão". No teatro, em 1967, ganhou o prêmio de melhor ator da APCT (Associação Paulista de Críticos de Teatro) pela atuação em "Quando as Máquinas Param", de Plínio Marcos.
Torcedor apaixonado do São Paulo, o ator já foi cartola do Palmeiras nas telas e também deu vida a outros personagens importantes, como o costureiro Ariclenes Almeida/Victor Valentin em "Ti Ti Ti" (1985), o músico cego Léo em "Te Contei?" e o playboy Ricardo em "Anjo Mau", todas escritas por Cassiano Gabus Mendes. Seus últimos trabalhos na TV Globo foram 'Brasil a Bordo' e 'Malhação: Vidas Brasileiras', ambos exibidos em 2018.
Em 2017, em entrevista ao "Video Show", Luis Gustavo relembrou sua trajetória e contou que ainda era reconhecido por seus principais personagens. "São personagens que ficaram na história. Tem gente que me para na rua até hoje para falar de cenas do Mario Fofoca. Vi a roupa do Mario Fofoca para vender em Porto Alegre", surpreendeu-se, dizendo como conquistou o papel - que inicialmente só ficaria na trama nos cinco capítulos iniciais, mas acabou até ganhando uma série própria em 1983.
"O Cassiano [Gabus Mendes, autor] falou: 'É uma pena não ter papel pra você nessa novela. Tem um detetive, irmão da Sônia Bréa'. De repente quando entrei no carro, parei, subi o prédio correndo e disse: 'Me deixa fazer esse detetive'", recorda, dizendo guardar poucos registros de seus trabalhos. "Tenho alguns vídeos e cenas de novela, mas pouca coisa". "Os bastidores do 'Sai de Baixo' eram mais engraçados que o programa. Se alguém tivesse gravado... Nós esquecíamos a história", contou.
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'Beto Rockfeller', marco da TV brasileira
Em 1968, Luis Gustavo participou da criação de 'Beto Rockfeller', considerada um divisor de águas no modelo de telenovela brasileira. "Beto, o anti-herói, vivido por Luiz Gustavo, assumiu os postos até então ocupados por personagens de caráter firme, sensatos, absolutamente honestos e capazes de qualquer proeza para salvar a mocinha das adversidades. A sua concepção procurava se aproximar das pessoas comuns, isto é, ter as atitudes boas ou más conforme se apresenta a vida", escreveu o então colunista do UOL Nilson Xavier em 2018.
"Beto Rockfeller" revolucionou também o modelo de interpretação dos atores, que passou dos exagerados gestos dramáticos para algo natural.
A ideia inicial da novela foi do então diretor artístico da Tupi, Cassiano Gabus Mendes.
Fonte: UOL
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