MOTOBOY BALEADO EM MANAUS RELATA DESCASO DO IFOOD; EMPRESA DIZ QUE PRESTA APOIO
Imagem ilustrativa - Reprodução da internet |
O motoboy Gabriel Garcia, de 31 anos, diz ter sido baleado na altura do pescoço no último dia 15 de agosto. À ocasião, ele estava realizando uma entrega pelo aplicativo iFood.
Desde então, Garcia afirmou estar se recuperando, mas ficou com algumas sequelas que o impedem de trabalhar - além da dificuldade em falar, o motoboy não tem o movimento pleno da mão esquerda, de acordo com o seu relato à reportagem do iG .
Afastado das entregas, ele destacou que está com dificuldades financeiras e reclamou da postura do iFood no caso. "Estou liso e eles [iFood] não me ajudaram financeiramente em nada", disse o autônomo, que, no entanto, salientou: "Há uns dois dias, um profissional do iFood tem me mandado mensagens. Ele me pediu para passar o Boletim de Ocorrência e o registro do pedido que eu estava efetuando, quando fui baleado". Segundo o motoboy, tais informações ainda não foram passadas à empresa por "orientações jurídicas".
Garcia ainda acrescentou que precisa de medicamentos e até uma campanha no Instagram tem sido feita em prol do motoboy. Veja abaixo:
O que a lei diz?
Em recente entrevista para o portal UOL, a presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), Maria Cristina Peduzzi, disse que quaisquer autônomos - como é o caso de motoristas, ciclistas e motoboys de aplicativos - são obrigados a contribuir para se inscrever no INSS. "Desta forma, eles possuem benefícios previdenciários, que não se restringem somente à aposentadoria. Eles também são assegurados em casos de acidente de trabalho, no curso da sua vida funcional. Esses direitos mínimos não são negados àqueles que não têm vínculo CLT. Eles são assegurados a todos os autônomos", disse Maria Cristina.
Ela continuou: "O Judiciário garante proteção a todos. A todos aqueles que tiverem seu direito descumprido. Mesmo sem o vínculo de emprego típico, o autônomo possui proteção legal. É a garantia dos direitos civilizatórios mínimos. E esses direitos civilizatórios mínimos são assegurados pela lei geral", pontuou a presidente do TST.
Procurado pela reportagem, o iFood emitiu o seguinte comunicado: "Tão logo tomou ciência do ocorrido, o iFood entrou em contato e vem prestando toda a assistência ao entregador Gabriel Garcia", resumiu, sem deixar claro se ajudou ou ajudará financeiramente o motoboy.
Vale ressaltar que a empresa recebeu os seguintes questionamentos da reportagem: "Como pretende agir em relação ao Gabriel?" e "Como a empresa geralmente lida em situações como essa, em que o colaborador sofre um acidente ou um atentado, como neste caso, durante o trabalho?".
Fonte: IG
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