APÓS QUATRO MESES DE QUEDA, NÍVEL DO RIO NEGRO VOLTA A SUBIR EM MANAUS

 

Apesar da alta do nível do rio Negro, ainda é cedo para se preocupar com uma nova enchente recorde. | Foto: Reprodução

MANAUS (AM) - Após quatro meses de queda no volume das águas, o nível do Rio Negro não para de subir desde o último sábado (6). Só nesta terça (9), a cota do rio aumento mais cinco centímetros, chegando a marca de 19,53 metros. Apesar das águas estarem com um nível de três metros acima da cota que marcou o inicio da cheia histórica de 2021, o meteorologista Renato Senna, do Instituto Nacional de Pesquisa do Amazonas (Inpa), explica que ainda é cedo para se preocupar com uma nova enchente recorde.

Segundo Renato, a subida dos rios é determinada pelas chuvas que caem durante o período entre meses de dezembro e março, nas bacias dos rios Negro e Solimões.

"Estas chuvas são muito influenciadas pelas condições da temperatura da superfície do mar dos oceanos Pacifico e Atlântico na região da linha do equador, em anos de La Niña. Tudo indica que no final deste ano e início do próximo, este fenômeno estará presente no Oceano Pacífico", conta o meteorologista.

Para ele, as condições são favoráveis para que ocorra um grande volume de chuva, principalmente na bacia do Rio Negro e no seu afluente, o Rio Branco. Porém, não é possível afirmar, neste momento, que isso poderá desencadear em uma nova cheia histórica, isso porque a causa da elevação, registada nos últimos dias, é explicado justamente por causa das precipitações recentes na bacia do Rio Negro.

"Antecipar que será cheia recorde ou histórica ainda é muito cedo para tanto", explica Senna.

Indo nessa mesma perspectiva, o meteorologista Ricardo Dallarosa também afirma que não tem como prever de imediato se vai ocorrer uma cheia histórica.

“O pico da cheia do rio Negro normalmente ocorre em meados do mês de junho, portanto daqui a oito meses. Seria impossível uma previsão com tanta antecedência”, diz Dallarosa

Enchente de 2021

Neste ano, as cheias dos rios amazônicos bateram recordes em diferentes municípios do estado. Em Manaus, o nível do Rio Negro registou, no dia 5 de junho, a maior cota da história: 30 metros. O número ultrapassou o recorde de 2012, quando o nível chegou a 29,97 metros.

Durante o período da enchente na capital, diversas regiões ficaram alagadas, e foram construídos 13 mil metros de pontes e passarelas, especialmente na Zona Sul da cidade. O bairro Centro, por exemplo,  foi uma das áreas mais atingidas, com o avanço da água sobre pontos comerciais e diferentes comunidades.

Em Parintins, a 370 quilômetros ao leste de Manuas, a cheia do Rio Amazonas também superou a última grande marca de 2009. No dia 15 de maio, o rio atingiu a marca de 9,38 metros. O município ficou com as algumas ruas inundadas, além disso, diversas unidades de saúde foram invadidas pela água. Na época, os pacientes precisaram ser atendidas em uma balsa-hospital.

  Todos os municípios situados na região das calhas dos rios Juruá, Purus e Madeira também foram severamente atingidos pela enchente de 2021. Anamã, por exemplo, ficou completamente inundado pelas águas. Em razão disso, o policiamento da cidade foi feito por meio de lanchas e botes. Assim como no resto do Amazonas, a população foi a que mais sofreu com o fenômeno.  




Em tempo*

Nenhum comentário