ASSASSINATOS POR ENCOMENDA EM MANAUS E CRIMES NÃO DESVENDADOS
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Não dá mais para contar nos dedos os assassinatos registrados diariamente em Manaus. Mas dá para perceber que as pessoas já não se espantam como antigamente.
Alguns dos crimes, ou a maioria deles (700 somente até novembro deste ano) são atribuídos a traficantes e suas organizações. Mas essa é uma meia verdade, uma desculpa para justificar certa incompetência da autoridade policial em investigar, prender e levar os culpados à justiça.
Numa cidade ‘infestada’ de pistoleiros e de gente reprimida, tomada pelo rancor, de vizinhos invejosos, de homofóbicos e de homens que suspeitam de traição amorosa, a vida do outro tem um preço. Há sempre um jagunço disposto a matar por dinheiro.
Nada vai mudar se não mudarem conceitos, se a prioridade “segurança”, que até agora não deu certo, não ceder espaço a uma arrojada transformação da sociedade pela educação.
Mas essa é uma outra história. Depende de pressão da sociedade sobre os políticos. Entretanto, o que se percebe com certa angústia, é que no geral as pessoas não se importam mais.
A violência passou a fazer parte de suas vidas e a morte se transformou em um espetáculo do qual todos participam, filmando nos celulares imagens chocantes que são espalhadas em ritmo alucinante. Não é espanto, é a exaltação da barbárie.
Não era sobre isso que eu pretendia escrever hoje. O fiz por receio de ficar, como os outros, anestesiado e indiferente. Para finalizar, um número assustador. Até agosto foram 651 homicídios, mas o ano deve fechar com 800. No ano anterior, 2020, foram registrados 657 e em 2019 outros 839. Se contabilizados os dez últimos anos, esse número passa de 9 mil.
O mais surpreendente e que nem 4% dos homicídios foram desvendados, ou os culpados presos e levados à justiça.
Fonte: Portal do Holanda
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