AUTOFAGIA: TUCANOS CAMINHAM CÉLERES PARA A EXTINÇÃO, OU QUASE

 


AUTOFAGIA: TUCANOS CAMINHAM CÉLERES PARA A EXTINÇÃO, OU QUASE

Candidato à Presidência escolhido em atabalhoada prévia, João Dória além de amargar índice abaixo de 5% nas pesquisas, assiste a perda de  apoio dos filiados de alta plumagem 

Sexto colocado nas pesquisas com minguados 2% de intenção de votos na última pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (09;02), o pré-candidato à Presidência e atual governador de São Paulo, João Dória, é alvo de uma sangria desatada de apoios dentro do seu próprio partido o PSDB. Em que pese ter vencido em 27 de novembro do ano passado as prévias tucanas para a escolha de candidato para o Palácio do Planalto, o governador de São Paulo vê o possível apoio do partido a cada dia mais distante.

Os tucanos de alta plumagem já se movimentam em outras direções. João Dória já é considerado carta fora do baralho. Quando questionado acerca do  pífio desempenho nas pesquisas de intenção de votos, ainda tenta passar otimismo para o eleitorado.

Os tucanos de alta linhagem, senador Tasso Jereissati, José Aníbal, Pimenta da Veiga, Aécio Neves e Eduardo Leite que perdeu as prévias para Dória já defenestraram a candidatura do governador de São Paulo para a Presidência.

Todos são fundadores do PSDB e por anos foram as principais vozes do partido. Um deles Aécio Neves concorreu à Presidência em eleição polarizada com a então candidata à reeleição, Dilma Roussef do PT.

O partido que já foi forte nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1994/2002), um dos fundadores vive um processo de autofagia política.

O grupo anti-Dória também tem seu racha interno. Tasso Jereissati e José Aníbal, preferem apoiar a senadora Simone Tabet, que detém minguados 1% das intenções de votos. Aécio Neves é a favor que ao invés de ter candidatura própria, o PSDB priorize candidatos a cargos no legislativo -  Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Eduardo Leite derrotado por Dória nas prévias ainda alimenta o sonho de ser candidato à Presidência.

Dória vem acumulando derrotas desde o ano passado. Esperava polarizar com o presidente Jair Bolsonaro, hoje no PL, na disputa presidencial deste ano. Foi atropelado pelo fator Lula, líder absoluto nas pesquisas. Perdeu seu padrinho político, seu antecessor no governo paulista Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB após as prévias de novembro do ano passado e está prestes a consolidar o casamento com o PT ao compor na condição de vice de Luiz Inácio Lula da Silva.

Nem mesmo a ruptura com Bolsonaro a partir da pandemia do Covid-19, alavancou sua candidatura ao confrontar com o negacionismo do Presidente e ter saído na frente na aquisição das vacinas. Não conseguiu transformar desempenho de seu governo e nos embates com Bolsonaro em capital eleitoral.

Dória se elegeu para o Governo de São Paulo, maior colégio eleitoral do País, pegando carona na onda bolsonarista em 2018, sendo tachado por seus adversários políticos de “bolsodória”.

A sangria na candidatura de João Dória está longe de ser estancada. Em março o partido deverá sofrer uma debandada de tucanos quando da abertura da janela para a troca de partidos.

A se confirmar a revoada dos tucanos de alta e baixa plumagem da candidatura de Dória, o PSDB corre o risco de se transformar na próxima eleição em um partido nanico.

RAPIDINHAS

LIMADO – O ex-superintendente da Suframa e “autoproclamado” como principal interlocutor do presidente Jair Bolsonaro, o coronel deverá acrescentar mais um vexame em sua curta biografia. A sua pretensão de se candidatar ao Senado pode ir pro ralo. Não tem apoio do PL do Amazonas.

PRÉ-CAMPANHA – Os deputados estaduais, Saullo Vianna (PTB) e Cabo Maciel (PL) desembarcam nesta sexta-feira em Parintins. Junto com o prefeito Bi Garcia (União Brasil), visitam obras e participam de entregas, as quais eles destinaram emendas.

CASSADO – O vereador Sandro Maia (DEM) perdeu o mandato. Ele foi cassado em decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TER-AM) sob acusação de abuso de poder econômico. Além da cassação, o vereador ficará inelegível por oito anos. Cabe recurso.

ISENÇÃO – O vice-presidente da República, Hamilton Mourão reafirmou que as Forças Armadas vão respeitar os resultados das urnas.

TÁBUA DE SALVAÇÃO – O PSDB do governador João Dória pode firmar aliança com o recém-criado União Brasil (fusão do DEM com o PSL). É uma tentativa de alavancar a candidatura do governador à Presidência da República, com apenas 2% de intenções de votos.

* A COLUNA É DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DO JORNALSITA EDUARDO GOMES

 

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