FEDERAÇÃO: FORMAÇÃO DE FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS CRIA AMBIENTE DE APREENSÃO NO CENÁRIO POLÍTICO DO AMAZONAS
FORMAÇÃO DE FEDERAÇÕES PARTIDÁRIAS CRIA AMBIENTE DE APREENSÃO NO CENÁRIO POLÍTICO DO AMAZONAS
A prorrogação do prazo para a oficialização das
federações para depois do período para a troca de partidos cria ambiente de incertezas
entre os candidatos, principalmente os proporcionais
A decisão do Supremo Tribunal Federal em prorrogar para
maio, a oficialização das Federações Partidárias gerou incerteza para
parlamentares com mandatos no âmbito federal (Câmara dos Deputados) e estadual
e pré-candidatos. Isto se deve ao fato que em março, abre-se o período para as
aves de arribação da política em trocarem de partidos permitidos pela
legislação, sem sofrerem sanção por infidelidade partidária, tão comum no
universo político brasileiro.
Os parlamentares temem se filiar a um outro partido e diante
da formalização das Federações pelos presidentes nacionais das legendas,
optarem por juntarem as legendas em apoio a um candidato à presidência que não
seja do agrado dos candidatos, incluindo aí os candidatos ao Governo do Estado.
As decisões sobre a formação da Federação são impostas de
cima para baixo, sem ouvir as bases de sustentação partidária, os diretórios
estaduais dos partidos.
Um exemplo são as tratativas entre o recém-criado União
Brasil, criado a partir da fusão do PSL e o DEM com o MDB. Em tese o União
Brasil surge com um candidato ao Planalto, o presidente do Senado Rodrigo
Pacheco e o MDB, tem como candidata à presidência, a senadora Simone Tebet. Até
aí, normal, já que ambos estão patinando na casa de 1% de intenção de votos de
acordo com a pesquisa.
Já em nível estadual uma Federação com União Brasil e o MDB,
traz uma série incertezas. A julgar pelas informações de bastidores, o
governador Wilson Lima, ainda no PSC, candidato à reeleição e terceiro colocado
nas pesquisas e o primeiro colocado nas intenções de votos, Amazonino Mendes,
atualmente sem partido, mira suas filiações para o União Brasil, que surgiu com
uma gorda fatia do fundo eleitoral.
O cenário fica mais nebuloso, caso o União Brasil firme
Federação com o MDB que tem como candidato ao governo do Estado, o senador
Eduardo Braga. No caso do Amazonas, a Lei de Newton são perfeitamente
aplicáveis no processo político eleitoral, onde três corpos não podem ocupar o
mesmo lugar no único espaço federativo/partidário.
Os candidatos a cargos proporcionais – deputado federal e
estadual – vivem a apreensão de se filiarem em março em um partido para mais
tarde firmar Federação que não seja de seu interesse político, ou até mesmo,
serem sequer listados candidatos, por decisão da cúpula partidária.
As negociações pelos dirigentes nacionais do União Brasil e
MDB para a formação de uma possível Federação, revela que as decisões não levam
em conta os cenários estaduais, onde o jogo de interesses desses partidos é
antagônico. Este cenário estamos assistindo na tentativa de formar Federação
reunindo partidos de esquerda, a primeira for. O PT e o PSB divergem em alguns
Estados.
As coligações proporcionais foram extintas em 2017 e a
implantação de cláusula de desempenho dos partidos, no qual um partido deve ter
2% dos votos nacionais, o que obrigaria a fusão das legendas. Os dirigentes dos
partidos que não alcançaram o mínimo de votos, decidiram criar a Federação
Partidária, evitando assim a extinção das legendas.
Com a Federação, foi mantida a união de partidos em torno de
uma única candidatura nas eleições majoritárias – presidente, senador,
governador e prefeito) e extensiva aos proporcionais – deputado federal,
deputado estadual e vereadores.
Diferente das coligações partidárias do passado que eram
desfeitas logo após as eleições e com partidos de diferentes matizes
ideológicas, a Federação tem por princípio, salvaguardar a existência dos
partidos nanicos e assim as legendas terem acesso ao fundo eleitoral e tempo de
propaganda de rádio e televisão.
As Federações devem durar um período mínimo de quatro anos.
Caso um partido deixe a federação, sofrerá sanções como a perda do fundo
partidário e impedido de participar das eleições seguintes.
RAPIDINHAS
PÉ DENTRO – Pessoas próximas ao governador Wilson
Lima eleito pelo PSL asseguram que ele vai se filiar ao União Brasil, fruto da
fusão entre o PSL e o DEM. Quando questionado sobre a eventual mudança de
partido, Lima tem desconversado como aconteceu na entrevista concedida ao
radialista Gil Gonçalves da Rádio Clube de Parintins.
SEM BOLSONARO – Eleito na onda bolsonarista em 2018,
Wilson Lima se manteve fiel ao presidente apesar de não ter recebido
reciprocidade nestes quase quatro anos. Se eventualmente ingressar no União
Brasil, fica configurado o afastamento de Lima ao bolsonarismo. Isto se deve ao
fato de o União estar em tratativas para formar federação com o MDB.
DISTÂNCIA – Políticos que até aqui apoiam o
presidente Jair Bolsonaro (PL) devem mudar de postura diante do baixo
desempenho e da péssima avaliação do presidente nas pesquisas de intenção de
votos, tendem a descolar da imagem de Bolsonaro, para assegurarem sobrevivência
eleitoral.
BOLA DA VEZ – A secretária municipal de Saúde da
Prefeitura de Manaus, Shádia Fraxe está cotadíssima para ser indicada pelo
prefeito David Almeida (Avante) para compor na condição de vice na chapa do
governador Wilson Lima, candidato à reeleição. Foi o que confidenciou uma fonte
ao JOGO do PODER.
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* A COLUNA É DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DO JORNALISTA EDUARDO GOMES.
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