EM MOMENTOS DISTINTOS, PALMEIRAS E FLAMENGO TESTAM RECONFIGURAÇÕES DE SEUS ATAQUES NA SUPERCOPA

A taça da Supercopa do Brasil está novamente em jogo (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Presente em todas as quatro edições da Supercopa desde 2020, o Flamengo enfrenta o Palmeiras, que chega para sua segunda participação, em duelo às 16h, em Brasília, que mais uma vez colocará frente a frente as duas maiores forças do futebol brasileiro e sul-americano. Medir tamanha potência em forma de títulos é o caminho natural, mas eles são construídos através de bons trabalhos e do talento das principais estrelas. A novidade neste duelo já corriqueiro por conquistas é que no trio de ataque os dois lados há atrações diferentes em relação aos últimos confrontos.

Não só de nomes, como de ideias. Pedro, do lado rubro-negro, se junta a Gabigol e Arrascaeta, enquanto Dudu e Rony ganham a companhia do jovem Endrick do lado dos paulistas. Mesmo sendo adversários conhecidos, Flamengo e Palmeiras sofreram ajustes na forma de jogar recentemente e se comparado ao que apresentaram na final da Libertadores de 2021, quando tinham peças distintas à disposição.

Do lado carioca, a chegada de Vítor Pereira este ano provocou alterações na maneira de jogar que influenciam diretamente no trio ofensivo. Para manter Pedro no comando do ataque em um esquema 4132, o português deu um pouco mais de funções defensivas para Arrascaeta, diferentemente de Dorival Júnior, que no ano passado fazia Gabigol se movimentar por todo o campo e atuar quase como um meia em diversos momentos e deixava o uruguaio livre.

Diante de um adversário com mais tempo de trabalho e um sistema consolidado para se defender em um 442, a decisão a favor do Flamengo passará pela capacidade de mobilização de seu trio de ataque principalmente sem a bola. A intensidade nos momentos de recuperação é a maior preocupação do novo técnico para as partidas com exigência como a de hoje. Para compensar a falta de característica de Arrascaeta nesse sentido, Pereira pode manter Ayrton Lucas pelo lado esquerdo. Do outro lado, Varela retorna após trabalho de recuperação física necessário para disputa.

O lado esquerdo da defesa do Flamengo poderá ser o ponto de desequilíbrio do jogo. Por ali costuma cair Rony. Este ano, após a saída de Scarpa, o atacante foi deslocado e faz uma função de ponta que fecha para jogar dentro da área, em um esquema 3142 com a bola. Ao seu lado, Abel Ferreira lançou o garoto Endrick, de 16 anos, e não tem um centroavante mais posicional como Pedro, incentivando a constante troca de posições. Do lado esquerdo, Dudu joga aberto para buscar as combinações, e tem o apoio do lateral-esquerdo Piquerez nas jogadas de profundidade. Por dentro, Raphael Veiga retornou de lesão recentemente e tem a missão de abastecer o trio, papel que no Flamengo cabe a Éverton Ribeiro e Gerson, outra novidade em relação aos duelos mais recentes.

Momentos distintos

Questões táticas colocadas, é possível dizer que no momento o ataque do Flamengo vive uma melhor fase anímica. Com três gols cada, Gabigol e Pedro dividem a artilharia da equipe no Carioca, enquanto Dudu e Rony seguem em branco no Paulista. As duas duplas disputaram três jogos, mas é possível dizer também que a exigência em São Paulo é maior. Fora adversários melhores, o Palmeiras reclama de dificuldade no diálogo com a federação paulista sobre as datas das partidas em sequência. No Flamengo, há maior entendimento da federação do Rio para ajustes de tabela e descanso entre os jogos, sem falar no rodízio e na utilização da base em algumas oportunidades. O impacto no Palmeiras afeta até o menino Endrick, que não tem rendido e segue sem marcar gols este ano. Arrascaeta, por sua vez, é a peça do Flamengo que sofre um pouco mais no começo de temporada, e costuma guardar energia para jogos mais importantes. Em um momento mais tranquilo, o Flamengo não nega o favoritismo. E vê o Palmeiras sob maior tensão por protestos de torcida e pedidos por reforços para repor as saída de Scarpa e Danilo.


Fonte: Extra

Nenhum comentário