TELESCÓPIO FLAGRA EXPLOSÃO CÓSMICA 100 VEZES MAIOR QUE O SISTEMA SOLAR
Foto: Reprodução |
O evento recebeu o nome de AT2021lwx e pode ser visto há três anos. Segundo os pesquisadores, ao se considerar a Terra como ponto de referência, a explosão demorou 8 bilhões de anos-luz até ser visível em um telescópio.
A descoberta havia sido feita, por acaso, em 2020, pelo observatório estadunidense Zwicky Transient Facility, na Califórnia. O episódio ficou registrado no banco de dados, mas só teve uma análise aprofundada no ano seguinte.
“Após saber a distância até o objeto e quão brilhante ele aparece para nós, você pode calcular o brilho em sua fonte. Depois de realizarmos esses cálculos, percebemos que era extremamente brilhante”, relatou, em nota, o coautor da pesquisa Sebastian Hönig.
O enigma por trás da explosão
Agora, os pesquisadores buscam um consenso para a causa por trás do fenômeno. A primeira possibilidade levantada pela equipe é a de que o AT2021lwx tenha sido provocado por uma explosão de uma estrela massiva, chamado de “supernova” pelos pesquisadores da área.
A explicação alternativa envolve o “efeito de maré”, quando uma estrela é dilacerada pela força de atração de um buraco negro próximo.
Nos dois casos, porém, a luz emitida pela explosão observada não corresponde aos fenômenos mencionados.
“A maioria dos eventos de supernovas e perturbações do efeito maré duram apenas alguns meses antes de desaparecer. Algo permanecer brilhante por mais de dois anos é muito incomum”, detalha Philip Wiseman, líder do estudo, na publicação da revista.
Até o momento, o evento visual só pode ser comparado com os quasares, quando duas galáxias se chocam e liberam uma larga quantidade de luz e energia, em decorrência do encontro de buracos negros supermassivos. A hipótese ainda é estudada porque, segundo o estudo, a luz dos quasares é inconstante. No AT2021lwx, o feixe aumentou bruscamente há três anos.
Diante das dificuldades, os astrofísicos focam em uma teoria mais forte. Na avaliação deles, uma nuvem gigantesca de gás, com o tamanho de 5 mil sóis, foi devorada por um buraco negro supermassivo. O problema da hipótese é a de que os buracos negros do tipo normalmente ficam no centro de uma galáxia, o que não existe no caso do AT2021lwx.
“É um verdadeiro enigma”, constata Wiseman.
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