MÉDICO E BASE DO GOV, DEP GEORGE LINS SE NEGA A ASSINAR REQUERIMENTO DE WILKER BARRETO QUE AUTORIZA FISCALIZAÇÃO NAS UNIDADES DE SAÚDE


 



O deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania) voltou a cobrar nesta quarta-feira, 21, o posicionamento dos membros médicos da Comissão de Saúde e Previdência da Assembleia Legislativa do Amazonas (CSP-Aleam) acerca do requerimento nº 167/2023, que solicita autorização para ‘função de fiscalizar’ as unidades de saúde do Amazonas. Após a cobrança do parlamentar, o vice-presidente do órgão temático, deputado George Lins (União Brasil), usou a tribuna da Casa Legislativa para declarar seu voto contrário ao pedido de Barreto.

 

Durante sessão ordinária desta quarta, Wilker ponderou a demora de quase cinco meses da Comissão de Saúde em votar o requerimento de sua autoria, numa cobrança direcionada à deputada Dra. Mayara Pinheiro (PRB), presidente do órgão técnico, e aos deputados Dr. Gomes (PSC) e Dr. George Lins (União Brasil), titulares da comissão e com atuação na área médica. Protocolado desde 8 de fevereiro, o documento até o momento só tem a assinatura do próprio Wilker, autor da propositura. O deputado Cabo Maciel (PL), outro membro da comissão, chegou a assinar o documento, mas depois retirou a sua assinatura.

 

Em aparte, o deputado George Lins criticou a cobrança excessiva de Barreto, ressaltou que não enfrentou problemas em fiscalizar as unidades de saúde e, por fim, afirmou que o documento visa promover “palanque político” em cima dos problemas da rede pública do Estado. Por tais razões expostas, o parlamentar declarou que não irá assinar o documento de Wilker.

 

“Eu não preciso trazer aqui para o telão a desgraça e dos problemas que acontecem na saúde, eu não quero me utilizar das dificuldades para fazer disso um palanque político. O meu posicionamento em relação ao requerimento, eu não assinei e não vou assinar porque não vejo necessidade nenhuma de assinar algo que atesta uma prerrogativa que eu tenho e não foi violado. Se Vossa Excelência tem algum problema para fiscalizar, infelizmente é porque adota um comportamento de opositor ferrenho”, justificou o médico, que é deputado da base aliada ao Governo do Estado no Legislativo.

 

Críticas

Em tom duro, Wilker criticou as justificativas apresentadas pelo parlamentar da base governista e defendeu a sua forma de fiscalizar a rede estadual pública de saúde.

 

“O que vossa excelência fala em politicagem, eu chamo de coragem, de mostrar aqui o sofrimento das pessoas nos hospitais. Vossa excelência tem um jeito de fiscalizar, mas eu não levo flores, não chego chutando a porta, eu vou lá para fiscalizar. Vossa excelência não tem dificuldade de fiscalizar porque é governo, ser base é uma coisa, mas as minorias têm que trabalhar com a lei debaixo do braço”, ponderou o Líder da oposição, que já vivenciou casos de ser barrado durante o exercício da fiscalização, como no dia 27 de maio de 2022, quando foi impedido de vistoriar a Maternidade Estadual Balbina Mestrinho, após receber inúmeras denúncias e apelos de grávidas.

 

Wilker reforçou que o teor do requerimento é apenas assegurar a autorização dos parlamentares integrantes a fiscalizarem as unidades de saúde do Amazonas, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). “O que eu estou pedindo é apenas o que determina a lei ou eu não estaria perdendo cinco meses do meu tempo cobrando publicamente que votem, ou é sim ou é não, ou é a favor ou é contra”, finalizou o parlamentar.


Desafio


Na ocasião, o deputado Wilker Barreto desafiou George Lins para fazer uma visita ao Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio, localizado na Zona Leste de Manaus, uma vez que o governista afirmou que não tem dificuldade de ir até as unidades de saúde. George Lins, na tribuna, logo respondeu “vamos”, mas em seguida frisou que a ida seria da sua forma, do seu jeito.

“O meu direito de fiscalizar está assegurado e da forma como eu faço. Vossa excelência me convidou para fiscalizarmos o João Lúcio, vamos fazer, mas da minha forma. Vamos ligar para o diretor, combinar, e nós vamos. Esse é meu entendimento”.

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