CAMPANHA QUER ALERTAR PARA OS RISCOS DE EMPINAR PAPAGAIOS NO AMAZONAS

 

Divulgação

Com a temperatura chegando a mais de 30ºC no Amazonas, ficar em casa, mesmo com o ar-condicionado na potência máxima, pode não ser agradável. Por isso, no verão amazônico, uma brincadeira antiga e barata se populariza em todas as zonas da cidade: o papagaio de papel. Mas soltar ou empinar as conhecidas pipas, em muitos casos, não é uma atividade de lazer inocente. De abril de 2022 a março de 2023, foram registrados cerca de 2 mil ocorrências na rede elétrica em decorrência de papagaios de papel.

Para evitar acidentes que, inclusive, podem ser fatais, a concessionária de energia, Amazonas Energia, deve realizar uma campanha educacional nas escolas de Manaus. A ideia é mapear a cidade por registro de ocorrências de danos à rede elétrica acometida pela brincadeira. Serão montadas equipes para conscientizar os alunos, de forma lúdica. Munidas de uma cartilha ilustrada irão explicar a ameaça dos papagaios.

Os brinquedos feitos com papel de seda e talas de madeira dependem de linhas para chegar aos pontos mais altos. A maior diversão é manter-se no céu e derrubar o maior número possível de pipas. O corte é feito com linhas preparadas para esta função. O famoso “cerol”, cola misturada com pó de vidro, causa grandes prejuízos nos fios e ferimentos em quem é atingido, mas não está mais sozinho entre os vilões da rede elétrica no verão.

Os papagaios, agora, estão recebendo “linhas chilenas”, que têm potencial de dano ainda maior do que o cerol. Essas linhas modernas são confeccionadas com algodão, óxido de alumínio e pó de quartzo, o que torna o item ainda mais cortante. Tem a capacidade de cortar até para-choque de carro.

Em Manaus, a Lei nº 1.698/2015 proíbe a venda e o uso do cerol assim como a linha chilena ou de qualquer material cortante usado para soltar papagaios ou similares. A lei especifica que a ação só é permitida em áreas estabelecidas pelo Poder Público Municipal. Como não houve a delimitação desdes espaços, a brincadeira ocorre em todo lugar.

“Estamos estudando uma ação futura nas escolas com a confecção de cartilhas, panfletos para mostrar, às crianças e aos jovens, os riscos para a população e, também, para eles mesmos de empinar pipas próximo à rede elétrica. Muitos andam correndo pelas ruas com varas de madeira e metal para desenroscar da rede de energia os papagaios que ficam presos nos cabos. Esse ato pode ocasionar curto-circuito, interrompendo o fornecimento de energia ou ainda causar o rompimento de cabos. Também pode provocar lesões sérias e até a morte. Conscientizado os filhos, chegaremos aos pais”, prospecta Gilmara Pereira, engenheira de manutenção da Amazonas Energia.

Em 2020, um adolescente de 15 anos morreu, em Manaus, ao receber uma forte descarga elétrica. Ele tentou, com um cabo de vassoura metálico, tirar uma pipa presa na fiação elétrica. O jovem não resistiu ao impacto e morreu no local.


Fonte: D24am

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