CNJ DECIDE INVESTIGAR MORO POR REPASSAR R$ 2,1 BILHÕES À PETROBRAS

(Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

O ex-juiz da Lava Jato e senador, Sergio Moro (União Brasil-PR) vai ser investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), conforme determinação do corregedor Nacional de Justiça, o ministro Luís Felipe Salomão, após uma reclamação disciplinar contra Moro e a juíza federal Gabriela Hardt, ex-titulares da Operação Lava Jato,

A investigação que vai ocorrer sobre o comando do conselho foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, e deve apurar o repasse de R$ 2,1 bilhões à Petrobras, atendendo a interesses da força-tarefa.

A decisão de Salomão é baseada em um relatório preliminar da correição realizada pelo CNJ na 13ª Vara Federal de Curitiba e na 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

Felipe Salomão esteve nessa quinta-feira (21) esteve na Vara responsável pela Lava Jato para encerrar o processo e coletar elementos que possam subsidiar a abertura dos procedimentos contra juízes e desembargadores da força-tarefa.

Nas redes sociais, Moro falou sobre a investigação e disse que devolver o dinheiro roubado à vítima agora é crime no país. “No fantástico mundo da Corregedoria do CNJ, recuperar dinheiro roubado dos bandidos e devolver à vítima (Petrobras) é crime. Só mesmo no Governo Lula”, escreveu o senador.

A investigação que será feita pelo CNJ pode tornar moro inelegível, abrir procedimento disciplinar no conselho e até a uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF).

Movimentação

Segundo Salomão, Moro e Hardt podem ter promovido, entre 2015 e 2019, o repasse de R$ 2,1 bilhões à Petrobras sem critérios objetivos. O montante teria sido transferido antes mesmo do trânsito em julgado de parte das ações penais, em um processo instaurado de ofício que não incluiu a participação de réus e investigados. Na decisão, Salomão cita um trecho da correição.

“Em período compreendido entre o ano de 2015 e o ano de 2019, na cidade de Curitiba, Paraná, o então juiz federal Sergio Fernando Moro e a juíza federal substituta Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal de Curitiba, em atendimento aos interesses do então procurador da república Deltan Dallagnol, de procuradores da república da denominada força-tarefa da Lava Jato e de representantes da Petrobras, violaram reiteradamente os deveres de transparência, de prudência, de imparcialidade e de diligência do cargo ao promoveram o repasse de R$ 2.132.709.160,96” à estatal, “atribuindo a essa companhia a posição de vítima, conscientes de que a Petrobras estava sob investigação por autoridades americanas desde novembro de 2014, por conduta ilícita da empresa nos Estados Unidos da América.”


*AGÊNCIA BRASIL 

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