EM TRÊS DIAS RIO NEGRO SECOU 26 CM E SOLIMÕES SUBIU 15 CM EM 24 HORAS
Foto: Yure Menezes/ Portal Tucumã
A crise hídrica no norte do Brasil estabelece um recorde histórico para os rios da Amazônia: a secura decadente continua e o Rio Negro alcançou mais um nível sem precedentes em 121 anos. Em três dias, desceu mais 26 centímetros, segundo a medição do Porto de Manaus, e nesta quinta-feira (26) a cota registrada foi de 12,70 metros. No entanto, o Solimões mostra progressão de 15 centímetros nas últimas 24 horas.
O Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), encarregado de monitorar diariamente o nível do Rio Negro em Manaus (AM), informou que na última quarta-feira (25), o Rio Negro estava em 12,73 metros, apesar de seu declínio ter desacelerado de 10 cm diários para uma média de 6 cm diário.
Enquanto isso, em Tabatinga, o Rio Solimões, que fica na região do Alto Solimões, aumentou em 15 cm. Desde segunda (16), a cota do rio Amazônico tem estabelecido novos recordes de baixa diariamente, ultrapassando o mínimo histórico de 13,59 metros. Anteriormente, a menor marca foi registrada em 2010, com 13,63 metros, durante uma estiagem devastadora.
De acordo com Marcus Suassuna, pesquisador de geociências do CPRM, “a recuperação do rio deve demandar um período significativo devido às alterações nos padrões de chuva na região, atribuídas ao fenômeno El Niño, que têm retardado o aumento do nível da água”, conforme explicou o especialista que é provável que a queda no nível do Rio Negro persista por mais duas ou três semanas.
Já no Alto Rio Negro, a expectativa é de que os níveis mínimos se mantenham até 2024. “Em locais onde a estiagem ocorre em fevereiro, a situação é muito preocupante, pois já estão registrados níveis muito baixos, e o prognóstico até fevereiro não é favorável, devido aos impactos contínuos do El Niño na região, que devem permanecer fortes até o primeiro semestre do próximo ano”, disse Marcus Suassuna.
Essa seca histórica representa desafios significativos para a região, podendo afetar não apenas o ecossistema da região amazônica, mas também as comunidades locais que dependem dos rios para suas atividades diárias.
*PORTAL TUCUMÃ
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