NA ANA BRAGA, O LIXO ACUMULA, SERVIDORES ESTÃO HÁ 7 MESES SEM RECEBER E DESABASTECIMENTO DE REMÉDIOS CHEGA A 50%





 

O deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) nesta quarta-feira, 13, para detalhar a fiscalização feita na Maternidade Ana Braga, localizada no bairro São José, zona leste de Manaus, na última terça-feira (12). Como membro titular da Comissão de Saúde e Previdência da Casa Legislativa (CSP-Aleam), o parlamentar constatou graves problemas como lixo acumulado nos corredores, profissionais da limpeza há sete meses sem receber salários e estoque de medicamentos e insumos pela metade, além de outras problemáticas na unidade hospitalar.

Diante da tribuna, Wilker revelou que o serviço de limpeza é um dos principais gargalos da maternidade. Durante a inspeção, o parlamentar se deparou com sacos de lixos nos corredores do hospital, colocando em risco de contaminação os pacientes e acompanhantes que frequentam o local. Banheiros, enfermarias, centros cirúrgicos e outros setores também estão sem limpeza e higieniza. Um dos motivos é o atraso de salários dos profissionais terceirizados da empresa Limpa Mais, responsável pela prestação do serviço, que estão desde agosto de 2023 sem seus vencimentos. 

“Eu vi o lixo tomar conta de uma maternidade. Ali é referência de prematuridade, nascem 700 a 800 crianças por mês e é inconcebível um hospital literalmente sujo. Banheiros sem papel higiênico, não tem nenhum tipo de produto de limpeza no hospital. Todos os serviços terceirizados estão em atraso e a empresa que faz a limpeza no hospital, está indo para o oitavo mês sem receber”, denunciou Wilker. 

O não pagamento dos funcionários vem resultando na redução do quadro de funcionários, ocasionando na unidade descoberta e ser o serviço de limpeza. “Tinha que ter 23 colaboradores de limpeza, mas só tinham seis, isso porque eles sabiam que eu iria lá, mas ficam normalmente de duas a três pessoas”, Wilker.

Falta de medicamentos e insumos

Outro problema constatado na maternidade é a falta de medicamentos e insumos. Segundo a direção do Ana Braga, a unidade está operando com 49% dos medicamentos necessários, já que dos 216 remédios solicitados à Central de Medicamentos do Amazonas (CEMA), apenas 105 foram atendidos. Já em relação aos Produtos Para Saúde (PPS), a maternidade conta com apenas 94 itens dos 189 requeridos à CEMA, ou seja, 50% do material.

“Já não bastasse a sujeira e o atraso de salários de toda a cadeia terceirizada, eu tenho planilhas de 50% de todos os medicamentos e materiais que estão faltando. Escutei depoimentos de mães que não conseguem ter um copo descartável para beber água, uma senhora que infelizmente perdeu o seu bebê, o marido teve que levar uma garrafinha de água para ela ficar bebendo em sua internação. Essa é a condição da saúde do Amazonas”, frisou o parlamentar, que expôs outros problemas como centros cirúrgicos insuficientes, poltronas e cadeiras em estado crítico, climatização precária e a necessidade da aquisição de um aparelho de tomografia.

Inspeção sanitária

Após as graves revelações, Wilker encaminhou um ofício ao Dvisa (Departamento de Vigilância Sanitária) solicitando uma inspeção sanitária, em caráter de urgência, na Maternidade Ana Braga, para avaliar a situação das instalações e o cumprimento das normas e regulamentos sanitários vigentes.

“Eu estou solicitando neste exato momento do diretor da Visa Manaus uma inspeção sanitária, irei anexar todo esse material para que a Visa vá fiscalizar a questão sanitária do Ana Braga. Eu escutei profissionais que foram categóricos, estão perdendo crianças por causa da sujeira, infecção. Um bebezinho prematuro não tem um sistema imunológico formado, é criminoso o que estão fazendo. O que é mais importante do que vidas?”, finalizou o deputado.

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