NOIVA ENTRA EM TRABALHO DE PARTO E JUIZ CELEBRA CASAMENTO EM HOSPITAL NO AM
Foto: Chico Batata/TJAM |
Segundo informações, o juiz viajou para realizar a 2ª edição do casamento comunitário indígena “Felizes para Sempre”, no ginásio do Centro de Educação de Tempo Integral Pedro Yamaguchi. Mas, durante o evento, ele foi informado que uma das noivas estava no hospital para dar à luz e que o noivo estava no ginásio para participar da cerimônia. O casal de yanomamis, João e Lenilda, moram em uma das mais de 700 comunidades que existem no município e viajam mais de 8 dias de barco para poder oficializar a união.
Ao saber da situação, quando o juiz encerrou a cerimônia oficial, se deslocou até a unidade de saúde acompanhada do noivo, do intérprete da língua yanomami e da enfermeira Patrícia Monteiro da Casai (Casa de Saúde Indígena) para registrar a união do casal.
A cerimônia foi realizada dentro da enfermaria onde mãe e filha estavam, após o parto, no fim da tarde de domingo. Com a ajuda de um intérprete, o magistrado celebrou a união civil do casal que já vive junto há cerca de um ano e meio.
Perguntado se aceitava se casar com Lenilda, João declarou que o casamento “vai ser construído até a morte”.
“Os serviços públicos que devem se adaptar às necessidades desses povos e não o oposto. Essas pessoas estão distantes do núcleo urbano da cidade a cerca de 8 dias via transporte fluvial, elas não podem aguardar mais tempo para materializar seus direitos, agir com eficiência torna-se o método mais adequado de inclusão social”, disse o juiz Áldrin Rodrigues.
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