CONSELHO TUTELAR ENTREGA CRIANÇA COM PARALISIA PARA MÃE DE INFLUENCER APÓS DENÚNCIA POR MAUS-TRATOS

Após o influencer Igor Viana, de 24 anos, ser denunciado por maus-tratos por debochar da filha com paralisia cerebral, o Conselho Tutelar de Anápolis (GO) encaminhou a criança para a casa da avó paterna. O resgate ocorreu nessa segunda-feira (24/6).

A ação ocorreu de forma cautelar após denúncias envolvendo a exposição da criança nas redes sociais. No local, estiveram presentes uma equipe da Polícia Militar (PM) e uma conselheira tutelar.

“A primeira denúncia foi em relação a um vídeo em que o Igor Viana agride com palavras de baixo escalão a Ana, mãe da Sophia Diante. A partir desse vídeo já agimos para proteger a mãe e a criança, porém, em contato com a mãe, ficou bem claro que aquele vídeo era uma jogada de marketing. Os dois combinaram que seria melhor ela, por ser mulher, sair perante os seguidores como vítima da história. Isso nos chocou muito, os dois armaram tudo”, afirmou Grazielle Ramos, do Conselho Tutelar de Anápolis, ao jornal O Globo.

“A vontade, às vezes, é de largar na porta do orfanato”

Em entrevista ao g1, Igor Viana afirmou que “não imaginava que uma criança que tem 10% do cérebro funcionando fosse tão chata e pudesse me dar tanto problema. A vontade, às vezes, é de largar na porta do orfanato e deixar alguém se virar, alguém tomar conta”.

A  delegada responsável pelo caso, Aline Lopes, afirmou que Igor Viana é suspeito de maus-tratos, desvio de proventos de pessoa com deficiência, estelionato e por causar constrangimento à criança.

Desvio de doações

A delegada disse também que a mãe, Ana Santi, de 22 anos, está sendo investigada por suposto desvio de dinheiro recebido para a menina.

“Ambos trabalham com a internet, mas a principal fonte de renda deles vem das doações que a menina recebe. Estamos apurando se houve desvio de dinheiro e se ele foi utilizado para algo que não seja o sustento e os tratamentos da menina”, explicou a delegada.

Sobre o desvio de doações, Igor chamou os doadores de “trouxas” por enviarem dinheiro a uma criança que “não tem Pix”.

“Minha filha não tem Pix, então, se eles foram trouxas, a culpa não é minha. Eu não sou obrigado a usar o dinheiro que eles mandam especificamente com a minha filha. Eu também tenho necessidades de serem supridas. Também sou um ser humano."

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