ENQUANTO A VIOLÊNCIA CRESCE, APROVADOS NA PM AGUARDAM RESPOSTAS



O Atlas da Violência 2024 trouxe um alerta sombrio para o Amazonas: o estado lidera a taxa de homicídios na região Norte e ocupa a segunda posição nacional, um reflexo da crescente violência que assola a região.

Os dados do Atlas destacam uma evolução alarmante nas taxas de homicídios registrados entre 2012 e 2022. Enquanto o Distrito Federal, São Paulo e Goiás registraram reduções significativas na mortalidade violenta, com quedas de -67,4%, -55,3% e -47,7%, respectivamente, estados como Piauí, Amapá e Roraima apresentaram os maiores aumentos, com variações de 47,9%, 15,4% e 14,5%. No mesmo período, o Acre, Rio Grande do Norte e Ceará conseguiram as maiores reduções de homicídios entre 2017 e 2022.

Os estados do Norte, como o Amazonas e Amapá, são especialmente vulneráveis à violência devido à atuação intensa de organizações criminosas internacionais em suas fronteiras. Esses estados possuem variações substanciais nas taxas de homicídio, impulsionadas por conflitos locais ligados ao narcotráfico.


Brasil: Taxa de homicídios registrados por 100 mil habitantes por UF (2022) 



Os dados do Atlas da Violência revelam uma situação crítica que exige respostas urgentes. Em meio à crescente preocupação com a segurança pública, os 2.358 aprovados no Concurso da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) de 2021 clamam por ação. Paulo Machida, representante da Comissão 01 dos aprovados do concurso, expressa a urgência da situação e a necessidade de convocação imediata dos novos policiais.

“O Atlas da Violência não mente, porém, há uma discrepância gritante com as narrativas governamentais locais. Recentemente, o governo divulgou uma redução de 16,5% nos homicídios, mas no nosso dia a dia, na prática, vemos mortes diárias, assaltos e crimes diretamente atribuídos à escassez de efetivo policial. As pessoas não têm certeza se voltarão para casa ao sair. A solução para este problema é simples: mais policiais em áreas críticas significam mais segurança, pois a presença policial dissuade o crime”.

Paulo Machida, enfatiza a urgência da situação diante dos dados revelados pelo Atlas da Violência. Ele ressalta a necessidade crítica de convocação imediata dos novos policiais para enfrentar a crescente onda de violência no estado.

“Temos hoje 2.358 aprovados para soldados, todos homologados no Diário Oficial, mas não há sequer uma expectativa de convocação por parte do governo. Quem sofre com isso é a população do nosso estado. Temos a Copa do Mundo Feminina em 2027, e nosso estado não possui a estrutura necessária para receber turistas sem que eles também sejam vítimas de assaltos e homicídios”.

 “É crucial que o governo tome precauções imediatas, tome decisões concretas e convoque os aprovados o quanto antes. Além disso, um novo concurso é necessário, pois esses números não atendem à demanda do quadro da PM. Nos próximos três anos, mais de 2 mil policiais militares da ativa devem sair para reserva remunerada, uma situação que exige uma análise séria por parte do governo para garantir uma segurança pública mais eficaz e humana”, finaliza Paulo.

 Ariel Maranhão Naranjo, 25 anos, aprovada no concurso para soldado da PMAM em 2021, expressa sua preocupação com os dados do Atlas da Violência, que colocam o Amazonas com a maior taxa de homicídios no Norte e a segunda maior do Brasil. Ela enfatiza a urgência de medidas por parte do governador e das autoridades responsáveis pela segurança pública no estado, diante dos números alarmantes e da necessidade crucial de convocar os aprovados no concurso da PMAM 2021.

 “Contra fatos não há argumentos. Todos os dias vemos não apenas nos jornais, mas também em nosso bairro, como no Tarumã, onde o Parque São Pedro é controlado por facções criminosas. Por lei, deveríamos ter 15 mil efetivos na PM, mas hoje estamos com menos de 7 mil. É alarmante ver municípios abandonados à própria sorte, e na capital, a maioria das delegacias fecha à noite. É assustador ver policiais completamente sobrecarregados, trabalhando até em suas folgas. Somente o governador pode mudar essa realidade. O Amazonas arrecada mais do que outros estados e não deveria ter problemas com efetivo policial e segurança, como mostra o documento do Ministério Público”, afirmou Ariel.

Em vista dos dados alarmantes apresentados pelo Atlas da Violência 2024, que colocam o Amazonas em uma situação crítica quanto aos índices de homicídios, solicitamos um posicionamento oficial do governo estadual. Especificamente, buscamos esclarecimentos sobre as estratégias em andamento para lidar com essa realidade preocupante, bem como informações sobre o planejamento para a convocação dos aprovados no Concurso da Polícia Militar de 2021, conforme mencionado por representantes da Comissão dos aprovados.

 Em suma, o cenário apresentado pelo Atlas da Violência 2024 no Amazonas não apenas requer atenção imediata, mas também ações concretas e coordenadas por parte das autoridades responsáveis. A urgência na convocação dos novos policiais e o planejamento estratégico para o fortalecimento das forças de segurança são fundamentais não apenas para combater o aumento alarmante da criminalidade, mas também para garantir um ambiente seguro e estável para todos os cidadãos. É imperativo que o governo estadual não apenas reconheça a gravidade da situação, mas também responda de maneira eficaz às demandas da população e às evidências apresentadas pelos dados estatísticos.

 Além disso, a preparação para eventos futuros, como a Copa do Mundo Feminina de 2027, deve ser pautada por investimentos em segurança pública que vão além da simples resposta reativa aos crimes. A construção de uma infraestrutura robusta e a implementação de políticas de segurança eficazes são essenciais para que o Amazonas possa não apenas receber visitantes de forma segura, mas também oferecer qualidade de vida e tranquilidade aos seus residentes. A colaboração entre sociedade civil, autoridades governamentais e organizações de segurança é fundamental para transformar os desafios atuais em oportunidades para um futuro mais seguro e promissor.


Fonte: Atlas e Amazônia Press


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