MÃE E IRMÃO DE EX-SINHAZINHA ENCONTRADA MORTA SÃO SUSPEITOS DE FUNDAR SEITA PARA USO DE DROGAS

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Presos na quinta-feira, 30, Ademar Farias Cardoso Neto, irmão de Djidja Cardoso, e sua mãe Cleusimar Cardoso Rodrigues, são suspeitos de fundar uma seita religiosa intitulada de "Pai, Mãe, Vida". Segundo a Polícia Civil do Amazonas, a seita incentivava, promovia e distribuía a substância ketamina, um analgésico usado como droga recreativa.

Em coletiva à imprensa nesta sexta-feira, 31, a polícia explicou que a morte de Djidja, ex-sinhazinha do Boi Garantido, culminou em uma operação que está desmantelando a seita.

Além da mãe e irmão da mulher, foram presas Verônica da Costa Seixas, 30, e Claudiele Santos da Silva, 33, funcionárias do salão de beleza mantido pela família de Djidja. Elas seriam responsáveis por induzir outros colaboradores e pessoas próximas à família a se associarem à seita, onde drogas de uso veterinário eram utilizadas.

O delegado Cícero Tulio, porém, disse que ainda não é possível estabelecer se houve homicídio no caso de Djidja. Ele explicou que há, sim, suspeita de que ela tenha tido uma overdose pelo uso indiscriminado de ketamina.

"Se há autoria e um nexo de causalidade entre alguém que tenha praticado ou inoculado isso involuntariamente nela, isso ainda está em pesquisa pela Delegacia de Homicídios", afirmou.

Investigações precedem morte de Djidja

As investigações presididas pelo 1º DIP iniciaram há aproximadamente 40 dias, tendo sido identificado que o grupo coletava a droga ketamina em clínicas veterinárias e realizava a distribuição do fármaco entre os funcionários da rede de salões de beleza da família Cardoso.

“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo da seita”, disse Cícero Túlio.

Em coletiva, ele acrescentou que outras duas já relataram situação de estupro, tendo sido dopadas durante o ato sexual. "Algumas delas permaneceram despidas por vários dias sem sequer tomar banho, numa situação de cárcere privado. Inclusive no momento em que adentramos naquela residência [onde foram feitas as prisões] o cheiro de podridão era muito forte. Isso tudo é objeto do relatório de investigação", afirmou o delegado.

Durante buscas realizadas na tarde de quinta-feira, 30, e na manhã desta sexta-feira, 31, a Polícia Civil do Amazonas apreendeu centenas de seringas, produtos destinados a acesso venoso, agulhas e ketamina, além de aparelhos celulares, documentos e computadores na residência da família e no salão de beleza e em uma clínica veterinária. 

O grupo responderá por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas, colocação em perigo da saúde ou da vida de outrem, falsificação, corrupção, adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos e medicinais, aborto provocado sem consentimento da gestante, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal. Eles serão submetidos a audiência de custódia e permanecerão à disposição da Justiça.

Duas investigações

Estão ocorrendo duas investigações ao mesmo tempo. A primeira, relacionada à suposta seita e o tráfico de drogas, é conduzida pelo 1º Distrito Integrado de Polícia do Amazonas. Já a causa da morte de Dilemar Cardoso Carlos da Silva, 32 anos, conhecida como “Djidja Cardoso”, estão sendo conduzidas pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

Segundo o delegado Danniel Antony, adjunto da DEHS, a morte dela está envolta na possibilidade do uso de medicamentos fármacos narcolépticos e psicotrópicos.

“Estamos em uma fase preliminar em relação à coleta de depoimentos e informações, incluindo áudios e mídias que circulam em redes sociais e aplicativos de mensagens, para verificar sua veracidade”, detalhou Antony.

*Terra

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