AMAZONAS INTENSIFICA COMBATE A INCÊNDIOS COM ENVIO DE EQUIPAMENTOS E PESSOAL
Foto: Lucas Motta/A CRÍTICA |
Equipamentos, viaturas e 200 agentes do Corpo de Bombeiros Militar foram enviados nesta segunda-feira (26) para combater queimadas em municípios da região metropolitana de Manaus e do sul do estado.
Cilindros de oxigênio, equipamentos de proteção individual e abafadores são alguns dos itens entregues nesta segunda. Eles embarcaram junto com 12 viaturas novas, do tipo pick-up, e os soldados e oficiais do Corpo de Bombeiros na balsa de travessia do Porto da Ceasa. Os agentes, veículos e materiais vão reforçar as ações de combate aos focos de queimadas em duas regiões: a metropolitana de Manaus, nos municípios de Autazes, Careiro e Manaquiri; bem como em Humaitá, Lábrea, Apuí, Boca do Acre e Canutama, no sul do estado.
Eles se juntam ao grupo de enfrentamento que já atua no Amazonas, composto por 400 homens e mulheres entre bombeiros, brigadistas e agentes da Força Nacional. O planejamento é atingir o quantitativo de 1.000 combatentes no mês de setembro, com apoio esperado do Governo Federal. Na última semana, representantes do estado estiveram em Brasília em uma reunião com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
Segundo o monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do dia primeiro de agosto até esta segunda-feira (26), o Amazonas já acumulou 7.130 focos de queimadas. Entre os municípios com a maior quantidade de registros, no mesmo período, estão Apuí (1.757), Lábrea (1.252), Novo Aripuanã (732), Manicoré (646) e Humaitá (430), que juntos somam 67,6% do total de focos do estado.
Até o dia 21 deste mês, 16.602 hectares foram embargados por queimadas, 150 pessoas foram presas e R$ 83.585.365,52 foram aplicados em multas. O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Juliano Valente, informou que os infratores têm o Cadastro Ambiental Rural suspenso e ficam impedidos de ter acesso a agências de financiamento ou a benefícios e incentivos fiscais.
“Eles também não conseguem negociar gado para o abate porque, quando se embarga a área e se suspende o Cadastro Ambiental Rural, automaticamente a guia de transporte animal também é suspensa. Então, não adianta avançar com aquela área desmatada e fornecer gado para o abate, porque no abatedouro existe um processo de identificação conosco para saber se o animal vem de área que teve queimadas,” explicou Valente.
Por outro lado, destacou-se a necessidade de criar um sistema para estruturar os combates em forma de pronta resposta contra as queimadas e levar alternativas para os pequenos produtores rurais, de modo que eles não recorram mais ao uso do fogo nas plantações.
“Ao invés de usar o fogo, que ele possa usar adubo verde ou mecanização. Precisamos avançar na questão fundiária, na regularização de terras e na resolução de outros problemas históricos da Amazônia para evitar que as queimadas aconteçam. A punição não pode ser uma regra, tem que ser exceção,” finalizou.
A CRÍTICA*
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