BOXEADORA NÃO É MULHER TRANS; COMITÊ OLÍMPICO SE MANIFESTA

Foto: Reprodução

A boxeadora italiana Angela Carini causou polêmica ao abandonar o confronto contra a argelina Imane Khelif nos Jogos Olímpicos de Paris na manhã desta quinta-feira (1º). A luta acabou em 46 segundos.

Durante uma entrevista após a luta, Carini explicou que a decisão de desistir da luta não foi por culpa de sua adversária, mas devido a fortes dores no nariz causadas pelos golpes recebidos de Khelif. “Eu não perdi hoje, apenas fiz meu trabalho como lutadora. Entrei no ringue, lutei e não consegui. Saio de cabeça erguida e com o coração partido. Sempre fui muito instintiva. Quando sinto que algo não está certo, não é desistir, é ter a maturidade de parar”, disse Angela Carini.

Imane Khelif, que venceu por desistência, é uma boxeadora cisgênero, ou seja, nasceu mulher. No entanto, ela possui uma condição chamada Desordem de Desenvolvimento Sexual (DSD), que resulta em níveis elevados de testosterona, semelhantes aos níveis encontrados em homens.

Na Argélia, país que Khelif representa, a alteração de gênero em documentos oficiais é proibida. Portanto, se Khelif fosse transgênero, ela não poderia competir com um nome feminino, uma vez que isso é ilegal.

Em 2022, Imane Khelif foi desclassificada do Campeonato Mundial de Boxe, com a Associação Internacional de Boxe (IBA) alegando que a atleta possuía cromossomos XY. No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI), que baniu a IBA por questões de governança, permitiu que Khelif competisse nos Jogos de Paris 2024.

A decisão do COI de permitir a participação de Khelif nos Jogos Olímpicos tem gerado debates sobre as políticas de inclusão e igualdade no esporte, especialmente em relação a atletas com condições intersexuais ou com níveis atípicos de testosterona.


*Fonte: Portal Tucumã 

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