VÍDEO: SUCURI DE 4 METROS DÁ BOTE EM HOMEM APÓS SER ATROPELADA POR CARRO EM RODOVIA

 

Cobra foi atropelada na BR-432, no interior de Roraima. — Foto: Robson Júlio/Arquivo pessoal
Uma sucuri-verde, de aproximadamente 4 metros, deu bote em um homem depois de ser atropelada por um carro em uma rodovia no Cantá, município ao Norte de Roraima. O homem batia na cobra com um galho de árvore no momento em que ela deu a investida para se defender. O caso aconteceu na noite da última segunda-feira (23) na BR-432, no trecho entre as vilas Santa Rita e Central. As informações são do G1.

As imagens mostram o momento em que o homem bate várias vezes na cabeça e corpo da cobra, que está enrolada em si mesma. Na sequência, o animal é puxado pelo rabo e levado por dois homens para o acostamento.

Durante toda a ação, a sucuri dá ao menos quatro botes contra o homem que bate nela. Uma das maiores do mundo, a espécie não é venenosa, mas se defende de possíveis ameaças com mordidas (entenda mais abaixo).

Os vídeos foram gravados pelo servidor público Robson Júlio, de 27 anos — não foi ele quem bateu na cobra —, que seguia de carro pela região quando viu o animal atravessado na rodovia. O servidor reduziu a velocidade e tentou frear, mas não conseguiu e passou por cima da serpente. Segundo ele, a sucuri sofreu ferimentos superficiais.

"Foi o momento em que parei o carro, respirei e voltei. Quando cheguei no local, me deparei com aquele animal já se enrolando todo. Notei que ela ficou sim ferida com os pneus que passaram por cima. Porém, foram apenas cortes superficiais dos pneus".

Robson saiu do carro e, com ajuda de outras pessoas que passavam pela região, tentou espantar a cobra para o acostamento da rodovia — sem tocar nela —, mas não conseguiu. Ele acredita que a quantidade de luzes e pessoas deixou o animal acuado, fazendo com que ele não saísse do lugar.

A reação da sucuri, de se encolher e depois dar o bote, ocorreu porque os animais têm esse comportamento quando se sentem desprotegidos e precisam se defender, conforme análise do biólogo e chefe do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Rodrigo Feltran.

"Isso é a reação normal do animal. Você pode ver que no vídeo ela se encolheu justamente para se proteger, a reação normal do animal é tentar afugentar quem está incomodando ele. Ali, se tivesse alguém treinado, poderia ter imobilizado o animal, colocado em um recipiente e transportado para outro local", explicou o pesquisador, que analisou as imagens a pedido do g1.

Uma das maiores do mundo, a sucuri habita ambientes semi aquáticos, como rios e lagos da Amazônia, e terrestres também. Ela é mais ativa durante o período noturno e crepuscular, evitando o calor do dia. Com isso, a serpente pode ser encontrada nas zonas rurais, atravessando estradas e rodovias.

A sucuri não é peçonhenta e, para abater as presas, usa uma estratégia de "estrangulamento". Ela usa a força muscular para imobilizar e matar as presas por asfixia. Apesar da força estrutural, um atropelamento pode matar o animal.

"Um carro pode machucar muito uma cobra desse porte. A estrutura óssea da sucuri, por maior que ela seja, acaba sendo machucada com o atropelamento. Então, pode levar a morte sim", afirma Rodrigo Feltran.

Deparar-se com um animal na estrada é uma situação perigosa e, por isso, para o pesquisador é ideal que as pessoas tratem os animais com cuidado e se atentem a movimentação deles, sem colocar eles ou elas mesmas em risco.

"Lógico que não é ideal para nenhuma pessoa que não é treinada a ficar manipulando esse tipo de animal, mas em algumas situações é importante que, ainda mais a gente que vive na região amazônica, tratar esses animais sem colocar eles em risco, e nem as pessoas que estão próximas", ressaltou.

Orientações

Caso encontre um animal silvestre nas ruas, a orientação é para que a pessoa acione o Corpo de Bombeiros, por meio do número 193, e a Companhia Independente de Policiamento Ambiental da Polícia Militar, pelo 190, preparados para fazer captura de animais silvestres.

A recomendação do governo do estado é para que a população não tente capturar os animais por conta própria e mantenha animais domésticos, crianças, idosos e pessoas com dificuldade de locomoção afastados.

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