SECA NO AM AFETA TRANSPORTE FLUVIAL COM REDUÇÃO DE ATÉ 80% NO VOLUME DE CARGAS
Foto: Alexandro Pereira/Rede Amazônica |
Com a seca histórica dos últimos anos no Amazonas e em toda região Norte, o transporte fluvial, vital para a economia da região, enfrenta graves impactos logísticos e econômicos e a redução de até 80% no volume de cargas transportadas desde o início do período da estiagem deste ano.
Os dados são do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Estado do Amazonas (Sindarma), que aponta ainda, que em todas as calhas do Estado há grandes dificuldades de manter o abastecimento de produtos essenciais.
Na última semana, o Rio Negro atingiu o nível mais baixo da história, com 12,66 metros, fato que na avaliação do vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega, também coloca em alerta o escoamento e abastecimento de produtos para a capital do estado.
“Com a redução da profundidade dos rios, as embarcações tem que diminuir seu peso e a quantidade de produtos transportados para garantir a navegação segura e evitar encalhar em bancos de areia. Desta forma, o volume transportado caiu em até 80%, o que encarece e limita as operações, afetando diretamente a distribuição em Manaus e em municípios mais afastados”, explicou Nóbrega.
Pirataria
Além dos problemas logísticos, a seca dos rios obriga as embarcações a navegarem com uma velocidade reduzida em muitos trechos e no caso do Rio Madeira, a navegação noturna está proibida durante a seca, o que facilita ainda mais as ações constantes das quadrilhas de piratas.
“A insegurança também cresce com a seca e o risco de ataques piratas aumentou significativamente nestes meses, especialmente porque a situação torna as embarcações mais vulneráveis. O risco surpresa está a favor deles e onde menos se espera, os ataques acontecem”, acrescentou.
Ainda segundo o Sindarma, as previsões para o fim da estiagem ainda são incertas e embora navegadores mais experientes afirmem que, quando o rio seca mais cedo, também tende a encher mais cedo, não há como confiar nessas previsões este ano. “Todas as previsões que deram até agora falharam”, destaca Nóbrega, reforçando que a situação permanece crítica e sem uma solução definitiva à vista.
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