VALE DO JAVARI: SECA CAUSA DOENÇAS E IMPEDE CIRCULAÇÃO ENTRE ALDEIAS
© Comunicação Social Superintendência Regional de Polícia Federal no Amazona
A seca esvaziou rios próximos à Terra Indígena (TI) do Vale do Javari e já impede os povos originários que vivem na região de circular normalmente entre as 74 aldeias. Além disso, indígenas adoecem pela falta de acesso à água potável e ficam sem atendimento, uma vez que dependem do transporte fluvial.
Esse foi o alerta emitido pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), no início da tarde desta quarta-feira (2). No comunicado, a entidade reclama providências do governo federal, que teria falhado em apresentar uma resposta para os problemas agora encarados na região.
Há solicitações mais urgentes e pontuais, como a disponibilização de helicópteros, a transferência de indígenas adoecidos para a zona urbana, onde poderiam receber atendimento, em especial, um homem da comunidade de São Sebastião, que necessita de soro antiofídico. A organização indígena também destaca que recebeu notícias da morte de pessoas em virtude do contexto, e de crianças que apresentam quadros de vômito e diarreia.
A gravidade da situação chegou ao conhecimento da organização há alguns dias, quando soube que os rios se tornaram intransitáveis. A Univaja informa, ainda, que chegou a se reunir com representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) para avaliar o quadro e tentar encontrar soluções para os problemas que se impuseram.
"Essa conjuntura não apenas impede a movimentação das pessoas como provoca a elevação considerável dos preços de insumos básicos para a sobrevivência das populações locais, tais como gasolina, água potável e remédios", esclarece.
A TI Vale do Javari é o local onde vive o maior número de povos indígenas em isolamento voluntário do mundo . O Instituto Socioambiental (ISA) estima um total de 25, número que pode variar, por preferirem se manter distantes dos não indígenas e, às vezes, até de indígenas de outros povos.
A reportagem questionou o Ministério dos Povos Indígenas e a Funai sobre medidas tomadas ou planejadas e aguarda retorno.
*FONTE: AGÊNCIA BRASIL
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