QUALIDADE DAS RODOVIAS BRASILEIRAS GERA CONTROVÉRSIA ENTRE GOVERNO E CNT
Dois estudos divulgados nesta semana apresentaram visões opostas sobre a qualidade das rodovias brasileiras. O levantamento do governo federal celebra um avanço histórico, com 75% das estradas federais classificadas como boas, enquanto a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra um cenário crítico, com 77,3% das rodovias avaliadas como regular, ruim ou péssimo.
Conforme dados do Índice de Condição da Manutenção (ICM), usado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a qualidade das rodovias federais atingiu seu melhor patamar desde 2016. Das 60 mil rodovias avaliadas, 75% foram classificadas como boas, superando os 67% de 2023 e os 52% de 2022.
Estados como Acre, Amazonas, Maranhão e Sergipe apresentaram melhorias significativas, saindo de índices inferiores a 40% em 2022 para resultados superiores a 64% neste ano.
A Pesquisa CNT de Rodovias, por outro lado, avaliou 67 mil quilômetros de malha federal e apresentou dados bem diferentes. Apenas 22,7% das rodovias federais foram classificadas como bom ou ótimo, enquanto 62,2% ficaram na faixa regular e 18,8% foram consideradas ruins ou péssimas.
Ao incluir rodovias estaduais, os dados indicam que 33% da malha nacional está em bom ou ótimo estado, enquanto 67% apresentam condições regulares, ruins ou péssimas.
As discrepâncias nos resultados têm explicações metodológicas. A pesquisa do DNIT utiliza câmeras de alta precisão e softwares com Inteligência Artificial (IA), enquanto a CNT realiza análises de campo com 24 equipes que percorrem as estradas em levantamentos digitais.
Historicamente, os resultados dessas pesquisas diferem. Em 2016, o DNIT classificava 68% das rodovias como boas, contra apenas 48,8% da CNT.
Ambos os levantamentos concordam, no entanto, que houve aumento nos investimentos em infraestrutura rodoviária. Entre janeiro de 2023 e outubro de 2024, o governo destinou mais de R$ 26 bilhões para manutenção, conservação e construção de estradas.
A CNT reconhece os esforços realizados, mas ressalta que a melhoria das rodovias brasileiras exige maior constância nos investimentos e planejamento de longo prazo.
Enquanto isso, motoristas seguem convivendo com experiências distintas, dependendo da região ou da rodovia que utilizam.
*FONTE: PORTAL TUCUMÃ
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