"QUEM PERDEU FOI PARINTINS", AFIRMA ARTISTA DE ALEGORIA KENNEDY PRATA SOBRE MORTE DE JUAREZ LIMA

 

Kennedy Prata e Juarez Lima (Foto: Arquivo Pessoal)

O artista de alegoria do boi Caprichoso, Kennedy Prata, 38 anos, foi aluno do artista parintinense Juarez Lima, 58 anos, que faleceu nesta sexta-feira (22) em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele lembrou que o primeiro contato que teve com o galpão foi aos 14 anos de idade, por meio de Juarez. Ele lamentou a perda do mestre. “Na verdade quem perdeu foi Parintins. Pois perdeu um excelente profissional”, disse Prata. 

“Ele começou a ver as minhas pintura de artes. Viu algumas esculturas e me levou para o galpão. Eu tinha 14 para 15 anos de idade. Eu trabalhei com ele até os meus 18 anos de idade. Então, comecei, já mais maduro, tomar meu rumo na vida artística. Eu o considero como mestre. A notícia que recebi é muito triste. Está sendo bem dolorido, não somente para mim como para muitos amigos”, disse o artista, que recentemente conquistou o Prêmio Plumas e Paetês Cultural na categoria “Escultor de Formas e Movimentos 2024”.

Kennedy assinou neste ano umas das mais surpreendes alegorias do boi Caprichoso apresentada na segunda noite de festival. Ele ficou responsável pelo ritual indígena “A Mística Marubo”, cujos módulos alegóricos com gigantes jacarés em determinado momento da apresentação foram içados e revelaram uma maloca subterrânea com efeito de jatos de água. Prata revelou que de Juarez traz para os trabalhos artísticos os detalhes na pintura e acabamento.

“Para mim ele é mestre. O que eu aprendi foi com ele. Um excelente desenhista e escultor. E para mim, um dos melhores escultores de Parintins. Desse processo, a pintura é o que mais me inspira tendo o Juarez como referência. Ele era um artista muito detalhista. Ele gostava das coisas perfeitas. Detalhista é a palavra. E eu carrego muito isso dele. O apreço para o trabalho. E o carisma também, um cara que gostava de brincar. A equipe era fã dele. Ele é excelência”, finalizou Kennedy.





FONTE: A CRÍTICA

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