VEJA: HOMEM PUBLICA MENSAGENS E VÍDEO PEGANDO FOGO ANTES DE MORRER EM EXPLOSÃO

Foto: Reprodução

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, identificado como o homem responsável pela explosão de um carro na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite desta quarta-feira (13), havia usado suas redes sociais para atacar instituições da República, figuras políticas e até o sistema eleitoral brasileiro. Conhecido como Tiü França, ele já foi candidato a vereador de Rio do Sul (SC) pelo Partido Liberal (PL) em 2020, mas não conseguiu se eleger.

Francisco usou suas redes para antecipar o atentado. Em uma postagem, ele publicou uma selfie no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) e escreveu: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro) ou não sabem o tamanho das presas ou é burrice mesmo. Provérbios 16:18: a soberba precede a queda.”

Antes de morrer, o homem postou um vídeo em que aparece com um taça de vinho na mão e sem seguida pegando fogo. VEJA:

Ele também fez ameaças indiretas e críticas ao sistema político e eleitoral brasileiro, defendendo a implementação de “urnas auditáveis”.

Entre as personalidades atacadas por Francisco estavam o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os ex-presidentes José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, e o jornalista William Bonner. Em uma das postagens, ele insinuou possíveis segredos escondidos por essas figuras, afirmando:

“Cuidado ao abrir gavetas, armários, estantes, depósitos de materiais.”

Essas mensagens, associadas ao atentado, chamaram a atenção das autoridades para possíveis motivações ideológicas por trás do ato.

O homem foi responsável por dois incidentes de explosão. O primeiro aconteceu no início da noite, quando um carro carregado com explosivos detonou no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados. Pouco depois, ele tentou lançar artefatos explosivos contra o prédio do STF, mas acabou detonando o material contra si mesmo.

A Praça dos Três Poderes foi isolada, e equipes da Polícia Militar e do esquadrão antibombas ainda realizam buscas por outros possíveis explosivos na área.

A trajetória de Francisco inclui uma candidatura política frustrada em 2020 e uma presença polêmica nas redes sociais, marcada por discursos de ataque às instituições democráticas. Até o momento, não há indícios de que ele fazia parte de alguma organização criminosa ou grupo ideológico organizado, mas as investigações seguem para esclarecer suas conexões e motivações.

O Supremo Tribunal Federal emitiu nota confirmando que ministros e servidores foram retirados do prédio por segurança. As autoridades federais prometeram reforçar a segurança na região e investigar os detalhes do ataque, que expõe as tensões políticas e sociais no Brasil.

A explosão, que causou pânico na Esplanada dos Ministérios, reforça a necessidade de atenção às ameaças contra instituições públicas e traz à tona debates sobre radicalização política e segurança nacional.