MORADORES E COMERCIANTES LAMENTAM INCÊNDIO E CONTABILIZAM PERDAS

(Nilton Ricardo)

Moradores e comerciantes da rua do Fuxico ainda contabilizam os prejuízos causados pelo incêndio que deixou a estrutura de sete prédios comprometida, na terça-feira (03). O Corpo de Bombeiros ainda trabalha no rescaldo no local.

Um dia depois do sinistro ocorrido na Zona Leste de Manaus, o cenário do quarteirão que envolve as ruas do “fuxico” e dos girassóis é de destruição. Ao redor dos prédios comerciais destruídos pelas chamas alguns trabalhadores buscam, em meio às cinzas, o que se resgatar. Um dos proprietários de uma distribuidora atingida pelo fogo lamentou o “resultado de uma década” ter virado pó.

“Ainda vamos levantar [o prejuízo], eram muitas câmaras frigoríficas que tinha aí pra trás. A ideia hoje é aproveitar o máximo que puder dos materiais e o resto… jogar fora mesmo, não deu tempo de salvar nada ontem” comentou o proprietário, que preferiu não se identificar.

O fogo consumiu rapidamente muitos produtos, nas distribuidoras a maioria era alimentício. Na frente de um dos estabelecimentos os funcionários usam uma empilhadeira para poder transportar os resíduos para fora do que era o expositor. Com máscaras para diminuir o incômodo da fumaça, um dos trabalhadores diz que pouco se pode aproveitar: talvez os refrigerantes que não foram atingidos, mas também tem que saber se o calor não fez alguma coisa, né? Se estragou; o patrão vai avaliar”.

A cena é muito mais chocante do outro lado do quarteirão, na rua dos girassóis. São toneladas de bebidas alcoólicas e não alcoólicas enfileiradas nas via pública. Alguns moradores disseram que, durante a retirada dos produtos ontem, muitas grades e fardos de cervejas e refrigerantes foram furtados. Agora funcionários se revesam na vigia do que está na rua. Os comerciantes não tem ideia, ainda, do valor em reais do prejuízo causado pelo grande incêndio.

Para além do impacto no comércio local há também a incerteza de quem teve a casa condenada pela Defesa Civil. É o caso da autônoma Rosana Vasconcelos, ela mora com outras cinco pessoas na casa ao lado de uma das distribuidoras incendiadas e recebeu a notícia de que o prédio ao lado pode desmoronar sobre a residência dela. Rosana passou a manhã retirando alguns dos pertences pessoais da casa com ajuda de vizinhos, pouco pôde ser resgatado, mas o difícil mesmo, segundo ela, é saber para onde ir.

“Eu não sei pra onde a gente vai, to levando metade das coisas aqui para casa de uma vizinha e a outra parte para a casa da minha cunhada. Tô esperando aqui saber o que vai acontecer” disse.

Rosana mora com outras cinco pessoas na casa ao lado de uma das distribuidoras incendiadas e recebeu a notícia de que o prédio ao lado pode desmoronar sobre a residência dela.

Atuação do Corpo de Bombeiros

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas atua com 6 veículos no local nesta quarta-feira (04), entre eles uma ambulância e três caminhões pipa. O trabalho, segundo o tenente Evanderson Negreiros ainda é de rescaldo. Uma das principais preocupações é com focos de incêndio que não foram totalmente apagados na terça-feira e podem chegar a materiais inflamáveis que estão entre os escombros. Um local de maior dificuldade de acesso segue na distribuidora onde a cobertura, de concreto, desmoronou e os trabalhos devem seguir até amanhã, quinta-feira.

“Provavelmente não acabemos hoje porque tem muito material combustível aí, fardo de açúcar, pet de refrigerante, muitos materiais. Nossas equipes vão permanecer em rodízio para que justamente não ocorra a propagação ou uma reignição desses focos” explicou o tenente.

Agentes da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) também estão no local com um caminhão caçamba para escoar os materiais descartados. No trecho da rua do fuxico onde ocorreu o incêndio o acesso de veículos foi interrompido, no entanto não há presença de agentes de trânsito no local. A rua do fuxico tem dois sentidos e apenas uma parte do bairro-centro foi obstruída.

A CRÍTICA*