BOLO ENVENENADO: EXUMAÇÃO DE CORPO DO SOGRO DA SUSPEITA INDICA ARSÊNIO

 

Reprodução / Redes Sociais

Exames do Instituto Geral de Perícias (IGP) constataram que Paulo Luiz dos Anjos, sogro da mulher presa por suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas em Torres, no Rio Grande do Sul, também ingeriu arsênio antes de morrer.

Paulo Luiz morreu no começo de setembro de infecção intestinal. O corpo foi exumado na quarta-feira (8/1). Mais detalhes sobre os resultados serão anunciados por autoridades em entrevista coletiva marcada para a manhã desta sexta-feira (10/1).

Paulo Luiz morreu após tomar café com leite em pó e comer bananas. Sua esposa, Zeli dos Anjos, também passou mal na ocasião.

Dias antes, em agosto, a nora do casal, Deise Moura dos Anjos, fez uma visita a Paulo e Zeli, junto ao marido e o filho. Na ocasião, eles levaram produtos de limpeza, flores, leite em pó, farinha e bananas.

Deise está presa por suspeita de ter usado a mesma substância para envenenar o bolo de Natal feito pela sogra. Zeli segue hospitalizada. Duas irmãs da sogra e a sobrinha morreram em intervalo de horas.

Em nota, a defesa da suspeita alegou que não teve acesso ao inquérito e que a família colabora desde o início com as investigações. “Cumpre salientar, que as prisões temporárias possuem caráter investigativo, de coleta de provas, logo ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso, os quais não foram definidos ou esclarecidos no inquérito”, diz o comunicado dos advogados.

Quem é a suspeita

Deise é suspeita de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. Ela está presa no Presídio Estadual Feminino de Torres.

Uma perícia feita no celular de Deise constatou que ela pesquisou pela internet em lojas virtuais, em 18 de novembro, por “veneno para o coração” e “veneno para humanos” enquanto estava na casa da sogra. Termos parecidos, relacionados a “arsênio”, foram pesquisados por ela por cerca de 100 vezes.

O que se sabe sobre o caso

Sete pessoas da mesma família estavam reunidas em uma casa na cidade de Torres, durante um café da tarde em 23 de dezembro, quando começaram a passar mal. Apenas uma delas não teria comido o bolo.

Três mulheres morreram com intervalo de algumas horas. Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva tiveram parada cardiorrespiratória, segundo o hospital onde receberam atendimento. Neuza Denize Silva dos Anjos teve a morte divulgada como “choque pós-intoxicação alimentar”.

 Uma criança que também consumiu a sobremesa chegou a ficar internada por vários dias, mas já recebeu alta e se recupera em casa. Segundo o delegado Veloso, Zeli foi a única pessoa da casa a comer duas fatias. A maior concentração do veneno foi encontrada no sangue dela.

Zeli fez o bolo e levou para a festa de fim de ano familiar em Torres. A perícia do IGP constatou que a farinha usada para fazer o doce é que foi envenenada com arsênio, veneno que já havia sido encontrado no corpo das vítimas pelo hospital onde elas receberam atendimento.

Conforme a investigação policial, a relação entre nora e sogra era difícil desde o início da relação, que existia há cerca de 20 anos. No entanto, a motivação para o crime não está clara. A Polícia Civil não entrou em detalhes a respeito de quem seria o alvo objetivo de Deise ao envenenar a farinha do bolo, quando fez isso e onde obteve o veneno.

Celulares de pessoas relacionadas com a família foram apreendidos para perícia. Entre eles, está o telefone do marido de Deise, filho de Zeli. Apesar disso, a polícia sinaliza que ele não é tratado como suspeito do crime. As informações são de NSC Total.

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