FECOMÉRCIO ORIENTA EMPRESÁRIOS A ANTECIPAREM COMPRAS DIANTE DA SECA PREVISTA PARA 2025 NO AMAZONAS
Uma estimativa do assessoramento econômico do Banco do Brasil colocou o Amazonas com o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 (Foto: Arquivo/AC) |
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM) emitiu uma nota em que orienta empresários do estado a anteciparem suas compras e reforçarem seus estoques diante de dados da Defesa Civil do Amazonas que apontam para uma nova estiagem intensa em 2025.
A entidade diz que a orientação busca “evitar os prováveis aumentos no custo dos fretes e atrasos na recepção de mercadorias”. Conclui com a frase “planejar agora é o melhor caminho para reduzir riscos e proteger seu negócio”.
O posicionamento da Fecomércio reflete um receio nos setores econômicos do Amazonas após duas secas históricas no estado que impactaram a produção e o consumo, além de encarecer os custos logísticos.
“A Fecomércio recebeu um expediente circunstanciado da Defesa Civil, considerando que podemos ter, mais uma vez, uma terceira edição da estiagem. Por conta disso, a Fecomércio conclama todos os empresários do segmento para que nós comecemos a planejar nossas compras, antecipá-las, para que evitemos experimentar todos os sabores provocados pelo fosso da estiagem”, afirmou o presidente da entidade, Aderson Frota, em vídeo enviado a empresários do setor.
Gastos
Somente a seca de 2024 superou o custo de R$ 3,2 bilhões no Amazonas, somando os gastos extras com logística, obras emergenciais e reforço de estoques, dentre outros débitos. O cenário escancarou a importância de o estado se preparar melhor para uma maior frequência de secas intensas, já associadas às mudanças climáticas.
O alerta do comércio ganha ainda mais importância ao ser considerado que este é o principal setor a gerar empregos e arrecadação no estado, embora seu fluxo esteja totalmente associado à atividade industrial da Zona Franca de Manaus.
Uma estimativa do assessoramento econômico do Banco do Brasil colocou o Amazonas com o sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, mesmo com a estiagem histórica. A posição foi puxada pelo setor de serviços, associado ao comércio, cuja projeção do PIB foi de 5,7% para 2024. Já a indústria teve estimativa calculada em 4,5%. Apenas o setor agropecuário registrou queda, sendo de 0,9%.
Expectativa
Segundo boletim produzido pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a expectativa para o primeiro trimestre de 2025 é de chuvas mais intensas no Amapá, no norte do Pará e Maranhão. Em outras áreas da Amazônia Legal, a precipitação deve ficar dentro do esperado.
No entanto, devido aos longos períodos de seca recentes, mesmo com o início das chuvas e os rios voltando a ter um comportamento mais estável, não se espera que eles atinjam os níveis normais para essa época do ano.
A seca de 2024 foi considerada a maior que se tem registro, intensificada pelo fenômeno El Niño, que reduz a ocorrência de chuvas na Amazônia. No dia 4 de outubro, o Rio Negro, que banha Manaus, atingiu sua menor cota: 12,66 metros.
Fonte: A CRÍTICA
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