GUARDA PRESIDENCIAL IMPEDE PRISÃO DE PRESIDENTE AFASTADO DA COREIA DO SUL

(Foto: Reprodução/KBS)

Guardas presidenciais e tropas militares da Coreia do Sul impediram a prisão do presidente afastado Yoon Suk Yeol nesta sexta-feira (3), em um confronto tenso de seis horas dentro do complexo presidencial, em Seul. Yoon está sendo investigado por insurreição, relacionada à decretação da lei marcial em 3 de dezembro, que surpreendeu o país e resultou no primeiro mandado de prisão contra um presidente em exercício. O Escritório de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Escalão (CIO) informou que, devido ao impasse, a execução do mandado foi considerada “praticamente impossível”.

Centenas de apoiadores de Yoon se reuniram nas primeiras horas do dia em frente à sua residência, jurando impedir sua prisão “com nossas vidas”. Quando os investigadores do CIO chegaram ao complexo por volta das 7h da manhã (hora local), foram bloqueados por uma barreira de mais de 200 agentes e soldados do Serviço de Segurança Presidencial (PSS), além de tropas destacadas para garantir a segurança do presidente. Apesar de confrontos e a presença de agentes armados, não houve disparos. Yoon, que se encontra isolado desde que o impeachment contra ele foi aberto em 14 de dezembro, não foi visto durante o impasse. O Ministério da Defesa da Coreia do Sul informou que as tropas estavam sob o comando do PSS.

O CIO desistiu da tentativa de prisão por volta das 13h30, citando preocupações com a segurança de seus agentes, e expressou “profundo pesar” pela falha em cumprir o mandado. A investigação agora pondera quais serão os próximos passos. A polícia, envolvida na operação, indicou que o chefe do PSS e o delegado seriam investigados por obstrução de deveres oficiais, emitindo intimações para interrogatórios no sábado.

A insurreição é uma das poucas acusações criminais das quais um presidente sul-coreano não possui imunidade. O mandado de prisão de Yoon, emitido após ele desrespeitar diversas convocações para interrogatório, é válido até 6 de janeiro. Após a suspensão da tentativa de prisão, a defesa de Yoon alegou que o CIO não tem autoridade para investigar insurreição e que o mandado era ilegal, já que foi executado em uma área de segurança sensível. O gabinete presidencial, por sua vez, registrou uma queixa criminal contra três emissoras e proprietários de canais do YouTube que filmaram a residência presidencial, considerando a ação uma violação da segurança nacional.

O mandado de prisão autoriza a detenção de Yoon por 48 horas, e os investigadores terão que decidir se solicitam a detenção ou se o liberam. O professor de Direito Kim Seon-taek sugeriu que, para enfraquecer a resistência do PSS, os investigadores poderiam mirar na liderança do serviço, uma estratégia vista por ele como “rude”. Uma alternativa seria que o presidente interino Choi Sang-mok ordenasse a cooperação do PSS. O CIO afirmou que pedirá a Choi essa autorização para prosseguir.


*FONTE: PORTAL TUCUMà

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