LÍDER DA OPOSIÇÃO, MARÍA CORINA É PRESA AO SAIR DE MANIFESTAÇÃO CONTRA MADURO
(Foto: Reprodução/Redes Sociais)
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi presa enquanto deixava uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro na região de Caracas, nesta quinta-feira (9). Segundo informações da imprensa local, sua localização permanece desconhecida, conforme relataram assessores ao g1.
María Corina fez sua primeira aparição pública em cinco meses nesta quinta-feira, ao discursar para manifestantes em Chacao, nos arredores da capital venezuelana. Pouco depois, o partido da opositora divulgou que membros do regime Maduro atacaram motos que transportavam a líder. “María Corina foi interceptada violentamente ao sair da concentração em Chacao”, afirmou a coalizão opositora Comando ConVzla.
Edmundo González, opositor que se proclamou presidente eleito com o apoio de María Corina, pediu nas redes sociais que a líder fosse libertada. “Exijo a libertação imediata de María Corina Machado. Às forças de segurança que a sequestraram eu digo: não brinquem com fogo”, declarou. O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, também se manifestou, solicitando ao governo Maduro que proteja a integridade física de María Corina e liberte-a.
Acusada de diversos crimes pelo Ministério Público da Venezuela, María Corina afirmou, em agosto, em um artigo no The Wall Street Journal, que vivia escondida por temer pela própria vida. Em entrevista ao g1 em novembro, ela relatou que, além de sofrer perseguições constantes, sua família também era alvo do regime. Nesta semana, ela denunciou que agentes cercaram a casa de sua mãe, de 84 anos, interrompendo a energia da região e usando drones para monitoramento.
A oposição venezuelana tem denunciado regularmente prisões arbitrárias de seus integrantes, classificadas como sequestros. Na segunda-feira (6), o genro de Edmundo González foi detido por homens encapuzados, que o levaram em uma caminhonete. Desde então, ele segue desaparecido. González, por sua vez, é alvo de um mandado de prisão com recompensa de US$ 100 mil oferecida pelo governo Maduro por informações que levem à sua captura.
Nesta quinta-feira, a Venezuela foi palco de manifestações organizadas tanto pela oposição quanto por partidários do chavismo. Os atos ocorrem um dia antes da posse presidencial, em um momento de forte tensão política.
A oposição afirma que Edmundo González venceu as eleições de 28 de julho, mas as autoridades eleitorais e o tribunal superior, controlados por aliados de Maduro, garantem a vitória do atual presidente, sem nunca terem divulgado os resultados detalhados. González, que está fora do país desde setembro, prometeu retornar a Caracas para tomar posse no dia 10, mesmo sob ameaça de prisão.
O governo Maduro acusa a oposição de fomentar conspirações fascistas e reafirma que tomará medidas para conter o que considera tentativas de desestabilização. Enquanto isso, a crise política na Venezuela segue agravando a polarização entre os dois lados, com apoio internacional dividido.
*Fonte: Portal Tucumã
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