SUSPEITA DE ENVENENAR BOLO É ASSASSINA EM SÉRIE, DIZ POLÍCIA
Uma mulher é investigada como principal suspeita de envenenar alimentos que causaram a morte de três pessoas de uma mesma família em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Segundo a Polícia Civil, Deise Moura dos Anjos, atualmente presa temporariamente, teria comprado e utilizado arsênio para cometer os crimes. A informação foi confirmada durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (10) pelo delegado Cléber dos Santos Lima, chefe do Departamento de Polícia do Interior (DPI).
“Posso dizer com certeza: ela pesquisou, comprou, recebeu e usou veneno para matar as vítimas”, afirmou o delegado. Deise é investigada por triplo homicídio e três tentativas de homicídio, além de suspeitas de outros envenenamentos.
A fonte da contaminação foi identificada como a farinha utilizada para preparar um bolo consumido pelas vítimas. De acordo com o Instituto Geral de Perícias (IGP), o arsênio estava presente em concentração 2.700 vezes superior à encontrada no bolo. A investigação revelou que Deise adquiriu arsênio quatro vezes nos últimos quatro meses, incluindo compras realizadas antes das mortes registradas em dezembro e do falecimento de seu sogro, Paulo Luiz dos Anjos, em setembro.
O IGP utilizou tecnologia de fluorescência de raio-X para identificar a presença de arsênio nas amostras analisadas. Segundo Lara Regina Soccol Gris, chefe da Divisão de Química Forense do IGP, o composto foi o elemento predominante na farinha.
A diretora regional da polícia no Litoral Norte, delegada Sabrina Deffente, afirmou que Deise praticava “tentativas de homicídio em série” e que há indícios de outros casos envolvendo familiares. “Não temos dúvida de que se trata de uma pessoa que praticava homicídios e tentativas de homicídio em série. Por muito tempo tentou apagar as provas”, destacou a delegada.
Em setembro, o sogro de Deise morreu após consumir bananas e leite em pó levados por ela à residência da família. Exames periciais confirmaram a presença de arsênio em seu organismo. Inicialmente atribuída a uma infecção intestinal, a causa da morte foi revisada e classificada como envenenamento.
A Polícia Civil também apontou buscas realizadas por Deise em seu celular sobre venenos letais, como “arsênio veneno” e “veneno que mata humano”. Essas evidências constam da representação policial que embasou a prisão temporária da suspeita.
Deise nega qualquer envolvimento nos crimes. Em nota, sua defesa ressaltou que as prisões temporárias possuem caráter investigativo e que “ainda restam diversos questionamentos e respostas em aberto neste caso”. A defesa também aguarda o acesso integral aos documentos e provas.
A investigação continua, com a coleta de depoimentos e a análise detalhada dos dados obtidos nos celulares apreendidos.
*Crédito: Portal Tucumã
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