TRUMP NÃO DESCARTAR TRANSFORMAR O CANADÁ EM ESTADO DOS EUA

(Foto: Reprodução/Instagram/ @realdonaldtrump)

 

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (7) que não descarta o uso de ações militares ou econômicas para alcançar seus objetivos de retomar o controle do Canal do Panamá e adquirir a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca. Durante uma coletiva de imprensa, Trump declarou: “Não posso garantir que não usaremos esses meios. Mas posso dizer que tanto o Canal quanto a Groenlândia são vitais para a segurança econômica dos Estados Unidos.”

A declaração faz parte de uma agenda expansionista apresentada por Trump, duas semanas antes de sua posse, marcada para 20 de janeiro. Ele reiterou seu interesse em transformar o Canadá em um estado americano, além de impor tarifas sobre produtos canadenses. Trump também afirmou que pode aplicar sanções econômicas à Dinamarca caso o país recuse sua proposta de compra da Groenlândia, considerada por ele como um recurso estratégico para a segurança nacional.

Groenlândia e Canadá reagem

A Dinamarca já havia rejeitado a ideia de vender a Groenlândia, que possui autonomia em seu governo, mas pertence ao reino dinamarquês. Autoridades canadenses também responderam às declarações de Trump. O primeiro-ministro Justin Trudeau afirmou que “não há a menor chance de o Canadá se tornar parte dos Estados Unidos” e destacou a importância da relação comercial e de segurança entre os dois países. Trump, no entanto, ameaçou impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses, que representam 75% das exportações do Canadá para os EUA.

A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, classificou as ameaças como “uma falta de compreensão sobre o que torna o Canadá um país forte”.

Outras declarações e mudanças propostas

Além de seus planos para a Groenlândia e o Canadá, Trump sugeriu renomear o Golfo do México como “Golfo da América” e criticou os gastos de defesa de aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ele propôs que os países-membros aumentem seus investimentos militares para 5% de seus Produtos Internos Brutos (PIBs), superando a meta atual de 2%. “Eles podem pagar e deveriam gastar mais em defesa”, disse Trump.

O presidente eleito também relembrou sua intenção de reverter mudanças de nomenclatura, como o nome do Denali, pico mais alto da América do Norte, que foi alterado por Barack Obama em reconhecimento aos povos nativos.

Contexto histórico e reações internacionais

Os comentários de Trump sobre o Canal do Panamá foram feitos 24 anos após os Estados Unidos transferirem o controle do canal ao Panamá, em 1999. O presidente panamenho na época, José Raúl Mulino, já havia rejeitado qualquer possibilidade de devolução do canal aos EUA.

Autoridades mexicanas e panamenhas ainda não emitiram comentários oficiais sobre as recentes declarações de Trump.

A coletiva de imprensa, realizada um dia após o Congresso certificar formalmente a vitória de Trump nas eleições de 5 de novembro, ocorreu sob grande atenção internacional. A cerimônia de certificação ocorreu sem incidentes, contrastando com os eventos de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump invadiram o Capitólio em uma tentativa frustrada de impedir a certificação da vitória de Joe Biden.

As propostas e declarações de Trump têm gerado reações significativas, tanto de aliados históricos quanto de países diretamente mencionados, destacando o impacto de sua agenda expansionista nas relações internacionais.

*FONTE: PORTAL TUCUMà